Em tempos de fake news, a categoria precisa estar atenta – O Retrato da Rede do SINESP expõe a situação do quadro funcional da RME há 11 anos, e os dados são de conhecimento do Secretário.

ModulosIncompletosRRA Rádio CBN, em matéria recente, questionou a Secretaria Municipal de Educação (SME) quanto à abertura de cadastros para Professor mesmo com concurso público em vigência. E expôs o caso da Escola Municipal de Ensino Fundamental João XXIII, na qual a comunidade encaminhou um abaixo-assinado indicando a falta de professores na Unidade.

Rapidamente as atenções se voltaram a essa escola, como se fosse exemplo único de falta crônica de docentes.

O SINESP, na noite do dia 1 de outubro de 2018, esteve na EMEF João XXIII, representado pelo Dirigente Sindical Getúlio Marcio Soares.

Ele participou de reunião com a equipe Gestora. A conversa foi esclarecedora.

Entre outras coisas, ficou evidente o alto grau de envolvimento da comunidade com a Unidade Educacional, mostra e reflexo de uma Gestão democrática permanente.

O abaixo assinado, entregue por iniciativa da comunidade, demonstra preocupação com a falta de docentes, e não crítica à escola.

As unidades educacionais não contratam professores. Quem tem esta prerrogativa é a Secretaria Municipal de Educação. Mas a SME alega, para escamotear sua responsabilidade, que em casos de licença não cabe a chamada de concursados.

A verdadeira Gestão Democrática é praticada pelas Unidades Educacionais, mas não se reflete em atos da SME. Isso pôde ser verificado na declaração do Secretário Alexandre Schneider, de que faltas docentes serão publicadas em site público.

SME e mídia não revelam a real da situação das Unidades Educacionais

Em 2017, o SINESP se manifestou contrário à Portaria 7.779/17, que reduziu o número do módulo docente na Rede Municipal de Educação (RME).

Com essa Portaria, o número de docentes foi reduzido nas escolas e muitos ficaram excedentes. Ressalta-se que os cargos com concursos públicos ainda estão vigentes.

Essa redução do módulo impacta negativamente toda a RME e amplia a falta crônica de profissionais de educação. A edição da Portaria indica que tal ação é deliberada.

O Retrato da Rede denuncia os módulos incompletos

A pesquisa com alto grau metodológico e de acuidade realizada anualmente pelo SINESP entre os Gestores Educacionais comprova a real situação da Rede:

GESTAO PESSOAS1 I

GESTAO PESSOAS1 IIO Retrato da Rede tem mostrado, em 11 anos de pesquisas, a evolução anual do módulo incompleto.

Principalmente nas regiões mais periféricas da cidade, a falta de docentes para completar o quadro das Unidades é uma constante. Os dados demonstram que, em 2018, 41,3% dos respondentes declararam que as chamadas dos concursados feitas pela SME são insuficientes.

Veja AQUI os dados do Retrato da Rede 2018 sobre Gestão de Pessoas.

 

A pesquisa do SINESP para compor o Retrato da Rede evidencia também a questão da saúde laborativa do Servidor.

Nesses 11 anos de existência mostrou reiteradamente a gravidade da ocorrência de problemas de saúde entre os Gestores Educacionais.

Veja AQUI os dados do Retrato da Rede 2018 sobre Saúde do Trabalhador.

Isso tem equivalência no caso dos professores e demais Profissionais de Educação.

Módulo insuficiente ou com falta de profissionais amplia a sobrecarga cotidiana de trabalho nos servidores que ficam na escola, impacta a organização e a dinâmica com os alunos.

A partir dos dados do Retrato da Rede, o SINESP reivindicou reiteradas vezes à SME a necessidade de um verdadeiro programa de saúde laborativa para os Profissionais de Educação.

Em reuniões com a Secretaria Municipal de Gestão, o SINESP, em conjunto com o Fórum das Entidades, também manifestou a necessidade de implementação de programas de saúde laborativa. Também apontou que a Coordenadoria de Gestão de Pessoas e Saúde do Servidor (COGESS) se preocupa apenas em fazer perícias, que nem sempre são ágeis ou atendem as reais necessidades do servidor.

A a Secretaria de Gestão costuma dar respostas evasivas. Como a afirmação de que “estão pensando em um programa”.

Em menos de dois anos de Governo ocorreram três trocas de Secretário na pasta e duas de Coordenador de Saúde. Mudanças de siglas parecem ser cosméticas na área da saúde dos trabalhadores (DESAT, DEMED, DESS, COGESS). E a falta de ação continua a mesma.

O descalabro se torna ainda maior com o crescimento de medidas que buscam culpabilizar o servidor.

Só não foram ampliadas devido à ação firme e combativa do SINESP, que denuncia e expõe toda tentativa de jogar ao trabalhador a responsabilidade que é da Administração Municipal.

Gestão democrática e apoio do Sindicato

Isso tudo a mídia, no caso a Rádio CBN, não se preocupou em levantar. Apenas fez jogo de cena e expôs os Profissionais de Educação. Faltou a investigação e a combatividade que a sociedade espera de uma mídia importante e de grande penetração social. A aparente crítica ao município serviu apenas para mostrar a parcialidade de uma cobertura feita a toque de caixa.

O SINESP enfatiza e orienta as Unidades Educacionais à prática cotidiana da Gestão Democrática. Realça a importância de estarem próximas a suas comunidades. E chama os Gestores a usarem os dados esclarecedores do Retrato da Rede para informar e mobilizar os pais e demais interessados em defender, de fato, a escola pública e sua qualidade.

Em tempos de exceção e exposição das Unidades Educacionais, toda ação documentada demonstra o papel essencial da Gestão. O SINESP está a postos, cotidianamente, com seus dirigentes e profissionais especializados, para orientar e defender os Gestores perante as fake news a que as Escolas são submetidas pela Administração Municipal ou pela mídia. Toda ação que busque fragilizar as Unidades Educacionais deve ser repudiada e combatida!

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