O 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, é de lembrança e celebração da memória dos símbolos da resistência negra no Brasil.

Novembro Negro é mais um momento de análise e reflexão sobre a posição do negro e da negra na sociedade e no momento atual e de busca de novas formas para enfrentar a discriminação, a intolerância e o racismo que ainda perduram.

●As ações do SINESP são voltadas para mobilização por uma educação inclusiva que aponte para um país menos desigual e mais justo socialmente - Acompanhe o site do SINESP para ficar por dentro da programação.

 

Na luta por um futuro melhor

"O Dia da Consciência Negra veio para desmistificar um passado idílico e a ideia de uma estrutura social harmônica no Brasil. Veio para que se olhe com mais precisão a estrutura racista pela qual foram fundamentadas as instituições no país" -  Douglas Rodrigues Barros, Doutor em ética e filosofia política pela UNIFESP e professor do curso “Introdução do Pensamento de Fanon” promovido pelo SINESP.

O Brasil passa por um período conturbado em que a ação de autoridades da república para reafirmar preconceitos longamente combatidos e combater avanços duramente conquistados é, ou foi, constante.

Nesse período vieram à tona apologias do nazismo e do racismo que o nutre, pensamentos, declarações e ataques que se julgavam coisas do passado. Como chamar cabelo crespo de “criatório de baratas”. Ou dizer que “nem para procriar o quilombola serve mais” e sugerir que sejam pesados em “arrobas”.

As marcas de mais de 300 anos de escravização do povo negro no Brasil se revelaram. Exposto, o racismo recalcado se mostrou insepulto, continuando o longo processo de discriminação e exclusão social que está na base das desigualdades raciais e sociais do Brasil de hoje.

Racismo ontem e hoje

Ao povo escravizado, nem a constituição de laços afetivos e familiares era permitido. Após a abolição, não foram criadas estruturas para inserir o negro na sociedade, para torná-lo força de trabalho livre e remunerada, para se estruturar enquanto cidadão. A própria vida familiar continuou cercada de dificuldades.

Na transição da sociedade agrária para a urbana industrial, a população negra não foi contemplada com as necessárias políticas públicas do Estado, por reparação pela escravidão ou de apoio social. Pelo contrário. Foi colocada à margem, preterida no mercado de trabalho por operários imigrantes.

Com isso, o racismo cresceu e se forjou como fenômeno ainda mais intenso no país. Com muita luta, a população negra foi sendo inserida vagarosamente. Com bravura, o movimento negro galgou alguns degraus, mas a ausência de ações afirmativas persiste até hoje. E mesmo a política de cotas raciais nas universidades e outros espaços, a maior conquista em termos de reparação e política afirmativa, está sob ataque constante.

A plena integração do povo negro na sociedade ainda é uma utopia. Muitas lutas precisam ser travadas, muitos caminhos percorridos, mas o que se vivenciou nos últimos anos foram retrocessos, objetivos e subjetivos, na estrutura social e no inconsciente coletivo.

O SINESP, em consonância com princípios aprovados em seus Congressos, se posiciona na vanguarda dessa luta por políticas públicas de reparação e inclusão, pelo fortalecimento das cotas, por igualdade, contra toda forma de preconceito, discriminação e exclusão social. As lives do “SINESP Diálogos e SINESP Formações”, os diversos cursos EaD e presenciais, as ações na Câmara Municipal, audiências públicas, participação em colegiados, em fóruns, nos Congressos e nas reuniões com os representantes são exemplos desse posicionamento ativo.

São princípios do SINESP:

●Busca incessante de meios para combater o preconceito, a discriminação, o racismo, a xenofobia, a homofobia, a misoginia e a intolerância correlata, visando à valorização e ao respeito à diversidade.

●Valorização da diversidade cultural, incentivando-a como instrumento da paz e da justiça social.

●Enfatizar no currículo a História da África e da América, de forma a valorizar seus povos, garantindo subsídios adequados para elaboração dos Projetos Pedagógicos.

Veja AQUI a cartilha "Dicionário de expressões (anti) racistas", publicado pela Defensoria Pública da Bahia.

Cartilha

Veja mais:

CFCL-SINESP destaca artistas que exaltam a negritude em edição do "Música em Debate"

SINESP Diálogos “Mulheres Gestoras Negras - Desafios e Possibilidades” 

SINESP Diálogos Consciência Negra: ”É preciso falar sobre o Dia da Consciência Negra?”

SINESP Formações “A LUTA ANTIRRACISTA E A EDUCAÇÃO COMO CAMINHO”

 

Racismo é Crime

Criada há exatos 30 anos, a Lei 7.716/89 define os crimes resultantes de preconceito racial.

A legislação determina a pena de reclusão a quem tenha cometidos atos de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Com a sanção, a lei regulamentou o trecho da Constituição Federal que torna inafiançável e imprescritível o crime de racismo, após dizer que todos são iguais sem discriminação de qualquer natureza.

É importante destacar que o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, em 1888, há menos de 200 anos.

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