Na sexta-feira, 08, São Paulo ganhou um ilustre cidadão. João Guilherme Vargas Netto conquistou o título de Cidadão Paulistano, entregue a ele pela Câmara Municipal de São Paulo. O SINESP prestigiou a merecida honraria, cuja iniciativa foi do Vereador Eliseu Gabriel.
Mineiro de Tombos, João Guilherme viveu a maior parte de sua vida em São Paulo e participou da história da cidade. “Um samurai sem mestre”, como ele se autodefine, teve destacada atuação na luta contra a ditadura militar e valiosa contribuição para a construção da Democracia no Brasil. Colaborou, inclusive, na elaboração da famosa "Carta de São Paulo" (São Paulo, o Povo e Seus Problemas), lida na Assembleia Legislativa do Estado, em 1975, no auge da repressão às liberdades.
Autodidata e leitor voraz (tem uma biblioteca com 15 mil livros lidos), João Guilherme é consultor sindical do SINESP há 18 anos e de Entidades Sindicais de diversas categorias. Sua atuação em defesa dos trabalhadores é irrepreensível e sua contribuição histórica nas lutas da classe trabalhadora merece destaque e memória. Ele também é um experiente e exímio analista político, que sabe como poucos se antecipar às situações a partir da leitura precisa dos acontecimentos presentes.
JOÃO GUILHERME nasceu aos 25 dias do mês de dezembro de 1942 na cidade de Tombos, Minas Gerais. Filho de Sebastião Vargas Neto e Generosa Hosken Vargas, é casado com Leda Leal Ferreira e tem três filhos, Sebastião Leal Ferreira Vargas Neto, Paulo Leal Ferreira Vargas Neto, e Maria Jacintha Vargas Neto, fruto de sua primeira união com Nilda Guimarães Alves.
Criado no interior, João Guilherme mudou-se para o Rio de Janeiro no final da década de 50, início de 60, quando ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil à época. Quando houve o golpe de 64, João foi expulso da universidade juntamente com inúmeros outros colegas; anos depois a Faculdade anulou a expulsão e pediu desculpas aos alunos.
Após sua expulsão da faculdade e em plena ditadura, tornou-se militante e dirigente do PCB, na clandestinidade.
Por determinação partidária, em 1970 mudou-se para São Paulo, onde atuou clandestinamente na política, o que conseguiu fazer sem ser preso até 1975, quando houve forte repressão que o forçou a fugir, exilando-se na França. Foi anistiado em 1979, quando voltou para São Paulo onde vive desde então.
Além das tarefas que cumpriu durante a clandestinidade desenvolveu, depois que voltou do exílio, a atividade de Consultor Sindical voltada a Sindicatos de Trabalhadores de diversas áreas e é sua profissão desde então.
Ainda na clandestinidade ajudou a elaborar a famosa "Carta de São Paulo", que foi lida na Assembleia Legislativa do Estado no dia 08 de março de 1975 - "São Paulo, o Povo e Seus Problemas" - que deve ser considerada uma contribuição em prol da cidadania paulistana.
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