Em meio à instabilidade política, econômica, social, a marca do Dia do Trabalho de 2018 é a incerteza.

1demaio 1A eleição presidencial, cada vez mais próxima, não traz consigo a esperança, mas sim um prognóstico de muita luta para a classe trabalhadora. Os níveis de desemprego aumentam, acompanhados pela precarização das relações trabalhistas e pelo emprego informal.

A reforma trabalhista do governo Temer, chamada “celerada” pelo experiente analista político João Guilherme Vargas Netto, “exigirá unidade de ação do movimento sindical, desde a base até as cúpulas”, de forma a produzir resistência e organicidade para futura negociação de sua revogação ou alteração.

Ao mesmo tempo, muitas Entidades Sindicais lutam pela própria sobrevivência, pois uma reforma sindical, igualmente perversa, veio embutida na trabalhista.

Em recente artigo – “Guerra é guerra” – João Guilherme vê como positiva a construção dessa unidade do movimento sindical nessa luta de âmbito nacional, tal como ocorreu em São Paulo, quando o Fórum das Entidades Municipais construiu, com êxito, unidade e presença dos trabalhadores contra a proposta de reforma previdenciária de Dória.

Esse primeiro de maio de 2018 chega num momento em que a velha política definha, sem que uma nova, que responda às necessidades dos trabalhadores, tenha nascido. A retórica dos principais partidos políticos, que conduziram a vida nacional pós-redemocratização, já não inspiram e nem aglutinam como até aqui.

Enquanto isso, os arautos do mercado apregoam que “os trabalhadores se tornam empreendedores individuais”, que “os sindicatos não têm mais razão de existir”, que “a previdência social não cabe mais no ambiente”, que a precarização e a informalidade do trabalho não existem em tempos de informatização (Celso Ming, no artigo “As esquerdas, tão perdidas”, Estadão 30/04).

Essa defesa “disfarçada” da velha política excludente e acumuladora desperta a desconfiança e a rejeição da classe trabalhadora e mostra a clara tentativa de impor à economia o rumo de seus próprios interesses.

Um grande desafio se coloca aos trabalhadores durante o processo eleitoral: a participação crítica, ativa e consciente.

Saber cobrar e articular dos candidatos propostas de resistência às reformas que colocam o ônus dos desarranjos econômicos no ombro do trabalhador. E apoiar aqueles que, eleitos, construam forças aliadas aos trabalhadores e suas Entidades representativas de classe. Movimento como esse já ocorreu na Constituinte de 1988, num momento de tanta expectativa e gravidade como o que vivemos agora.

Os desafios são inúmeros e grandes, mas os trabalhadores brasileiros estão se mostrando à altura da ação e das respostas necessárias. Nós, como educadores e como Sindicato, saberemos fazer nossa parte!

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