Encontro Paz Nas Nossas Escolas

►Realizado na Câmara Municipal na noite de 17 de maio, o Encontro Paz em nossas Escolas, organizado pelo SINESP com apoio do CRECE Central e da UPES, reuniu os diversos setores envolvidos diretamente com a educação pública.

►Educadores, pais, alunos, parlamentares, governo e universidade trouxeram pontos de vista e propostas que deram base ao diálogo sobre a construção coletiva de plano para uma cultura de paz e desmonte das situações que geram violências nas escolas.

►Com esse valioso aporte e ciente das enormes diferenças regionais de uma cidade do tamanho de São Paulo, e de que cada território guarda suas particularidades, o SINESP vai às 13 DREs e convidará Gestores Educacionais e comunidade escolar para o diálogo, o levantamento de demandas e os encaminhamentos para que sejam entregues à gestão e à SME, com vista à efetivação de ações que tornem realidade a cultura de paz e o combate à violência em nossas escolas.

 

Veja quem participou do Encontro e as reflexões trazidas

Palestrantes

Norma Lúcia Andrade dos Santos, Presidente do SINESP, que representa os Gestores Educacionais

Na abertura e no encerramento, Norma insistiu na importância de todos compreenderem que não há uma solução mágica para a violência em escolas, enfatizou que qualquer solução tem, necessariamente, de passar por uma construção coletiva e ponderou que não dá para pensar na questão da violência sem olhar para as questões sociais.

Esse é grande motivador do trabalho já antigo do SINESP pelo fortalecimento da gestão democrática e de projetos pedagógicos que respondam aos desafios presentes. O encontro realizado no dia 17 de maio foi, assim, uma forma de reaglutinar setores para somar ideias, projetos e esforços.

 “Numa gestão democrática você tem que dar voz a todos. Mudanças só acontecem numa discussão coletiva, com a participação dos atores e atrizes envolvidos e isso é muito difícil”, enfatizou Norma.

Em seguida, assegurou que esse trabalho é necessário e vale a pena: “A gente sabe que a sociedade está violenta e esta violência está dentro das unidades [educacionais], mas a gente pode fazer o caminho inverso, trazer a paz para as unidades para levar para a sociedade. A gente não pode deixar a cultura de paz dentro das escolas se perder”.

“A gente precisa de políticas públicas de Estado, que têm que ser construídas dentro de um coletivo. Tem que ser ouvidos os Gestores Educacionais, os professores, os estudantes, os pais, tem que ser ouvidos os dirigentes regionais”, completou Norma.

  • Veja o vídeo com a exposição de Norma Lúcia:

 

 

Vereadores Toninho Vespoli (PSOL) e Eliseu Gabriel (PSB)

Ligados à área da educação, ambos expuseram experiências e ideias relacionadas às suas trajetórias como parlamentares, suas preocupações e visões sobre os caminhos da educação pública municipal.

Toninho Véspoli frisou que “a gente vive uma sociedade violenta e a escola não é algo à parte”. Para ele, “parte das pessoas que acabam acometendo problemas na escola são alimentados, inclusive nas mídias sociais, por plataformas que estimulam a saída pelo conflito, pelo ódio. Então, tem que ter controle. E aí, quando eu falo controle, não é tirar a liberdade de ninguém, mas a gente não pode ter plataformas ou sites simplesmente incentivando o ódio, incentivando o machismo, o racismo”.

 

Eliseu Gabriel vê o aluno em um meio hostil. Para ele, a luta contra a violência passa, fundamentalmente, pela prevenção: “A violência da escola é reflexo da violência na sociedade. E é claro que vai desaguar na escola. É aí que a gente tem que entender, cada vez mais, que tem que ter o enfrentamento da violência, mas, acima de tudo, nós temos que ter um grande esforço para a prevenção da violência”.

 

Luiza Martins Gonçalves, Presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES)

A estudante Luiza entendeu que a violência não nasce na escola. “A nossa juventude está doente, as doenças do século são ansiedade e depressão”, disse ela. Ela defendeu uma escola como local de acolhimento, com suporte de psicólogos e incentivo da prática esportiva e cultural, da convivência e da solidariedade. E afirmou que os estudantes não vão mais deixar de ocupar nenhum espaço em que se fale de educação.

  • Veja o vídeo com as proposições da representante da UPES:

 

Melissa Ribeiro Saraiva, Coordenadora da Comissão Executiva do CRECE Central

Melissa trouxe preocupações das famílias, que não querem ver seus filhos serem reificados, tratados como números ou coisas. Para ela, o discurso da SME, centrado no fortalecimento dos coletivos já existentes (grêmio, conselho de escola, comissão de conflitos), é falho, porque não há incentivo para isso. Ela afirmou que são necessárias mudanças profundas: "Não é um botão de emergência que vai fazer as coisas melhorarem na sala de aula, isso é ridículo".

  • Veja o vídeo com as preocupações dos pais e responsáveis:

 

Telma Maris Monteiro, Núcleo de Apoio à Aprendizagem de São Matheus (NAAPA/SME)

A Profª Telma lembrou que o NAAPA atua no interior das unidades e busca que elas entendam e assumam suas tarefas e responsabilidades e fortaleçam a postura colaborativa. Para ela, o que acontece na escola é final de percurso, e colocou como meios para mudar esse percurso ações pela cultura de paz e fortalecimento dos coletivos, pensando seriamente em que tipo de investimentos estão sendo fortalecidos para que os espaços coletivos aconteçam nas escolas. “Problemas complexos não se responde com respostas simples”, afirmou Telma.

  • Veja o vídeo com a exposição da dirigente do NAAPA:

 

Karen Martins Andrade, Conselheira Titular do Conselho Municipal de Educação, atual Diretoria Regional de Educação Pirituba (DRE PJ/SME) e Supervisora Escolar

Karen refletiu a partir de sua experiência como Conselheira e Diretora Regional. Realçou que o olhar atento e cuidadoso às escolas nesse momento é possível porque a sociedade vive tempos de uma escola democrática, como em nenhum outro, voltada a valorizar a diferença e a inclusão, acolher e apoiar. Nesse contexto está o trabalho desenvolvido junto aos Diretores de Escola após os casos recentes, no sentido de orientar e dar segurança para medidas que precisam tomar, buscando resolvê-las no campo educacional.  

Karen lembrou a Recomendação 05/19 do Conselho Municipal de Educação (CME), que antecede casos mais recentes de violência e cuja elaboração o SINESP acompanhou de perto. Segundo ela, para elaborar a Recomendação, o CME reuniu e estudou conceitos teóricos da violência escolar. Os Conselheiros identificaram vários tipos de violência que acontecem fora e dentro da escola, e puseram no texto da recomendação ações para prevenir, entre elas o que já existe e precisam ser fortalecidos nas escolas, como o NAAPA, as comissões de mediação de conflito (que possibilitam debate entre os próprios estudantes), o incentivo à participação dos alunos pelo grêmio estudantil e a preocupação com o desenvolvimento e aprendizagem, porque “conhecimento é também estabilizador das emoções”.

  • Veja o vídeo comas Contribuições da Profª Karen:

 

Lara Elena Ramos Simielli, Doutora e Mestre em Administração Pública e Governo pela FGV

A Profª Lara centrou sua exposição no papel do Estado na construção de políticas públicas para uma educação de qualidade, em condições de tirar os jovens das armadilhas do momento socioeconômico e suas consequências. “Isso é fundamental para que os educadores não dependam de heroísmos para lidar com problemas complexos”, defendeu. Citou dois estudos por ela coordenados, que guardam relações com as situações de violência nas escolas e aspectos a ela relacionados. Um deles levantou o perfil dos Diretores de Escola e questões como formação, preparo para a função e meio de acesso.

  • Veja o vídeo com a fala da Profª Lara:

 

EncontroPazEmNossaEscolas Site 3

EncontroPazEmNossaEscolas Site 2

0
0
0
s2sdefault