Curso se mostra distante da realidade e leva educadores a propor uma nova pauta.
O ocorrido no curso de formação dos Supervisores ratifica os dados do Retrato da Rede 2017: 70% dos Gestores Educacionais ouvidos na pesquisa do SINESP consideram que a formação oferecida pela SME não contempla suas necessidades, por serem superficiais ou conterem concepções contraditórias.
O recado que os Supervisores Escolares deram ao governo Dória confirma essa percepção. Chamados para uma formação inicial oferecida pela SME e promovida pelo Instituto Ecos contratados pela Fundação Lemann, os Supervisores Escolares constataram que o foco era gestão de resultados, gestão de tempo e observação da sala de aula.
Alguns reconheceram no material antiga formação já oferecida a outras redes de ensino. Veja AQUI os objetivos oficiais da formação apontados pela SME.
Evidenciada a distância entre a proposta de formação oferecida e a realidade do seu fazer, os Supervisores organizadamente propuseram a criação de uma nova pauta, e a negociam com a SME. Levantaram temas, conteúdos e proposta metodológica que levem a uma formação condizente com as demandas das atribuições do cargo. Propuseram também que a regência dessa formação seja feita por profissionais de Educação da RME, oferecendo ao governo uma lista de contatos.
O resultado foi a suspensão, pela SME, das atividades de formação. O SINESP se coloca ao lado desses Supervisores, e exige que a SME tenha escuta às suas ponderações, respeito ao caminho formativo que já trilharam, e a sensibilidade necessária para rever a formação a ser oferecida.
Confira AQUI o posicionamento do Luiz Carlos de Freitas, mestre em Educação e professor titular da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
O Retrato da Rede, em todas as edições, vem constatando que a falta de escuta é recorrente em governos de todos os matizes ideológicos.
O governo Dória deve aproveitar o ocorrido para reverter esse quadro e reformular a política educacional que vem apontando para a Educação Municipal.