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Começou nesta terça-feira, 13 de setembro, o 25º Congresso do SINESP, com o tema 30 ANOS do SINESP: Gestor Educacional, Você Faz Parte Dessa História.   Neste primeiro dia de programação, ocorreram a Conferência de Abertura e uma série de palestras, mediadas pelos Dirigentes Sindicais do SINESP. 

A Dirigente Sindical Rosa Maria Pereira de Araújo Correa deu as boas-vindas aos filiados e às filiadas presentes e passou a palavra à presidente do SINESP, Norma Lúcia Andrade dos Santos.

25 Congresso Norma

No discurso de abertura, Norma enfatizou que o 25º Congresso do SINESP será marcado por discussões políticas e educacionais, que, segundo ela, são muito importantes ao ambiente educacional de São Paulo.

A Dirigente Sindical lembrou dos anos difíceis enfrentados pelo mundo, em virtude da Pandemia de Covid-19, e citou, especialmente, o caso do Brasil, que vem enfrentando essa situação sob a gestão de um governo marcado pela falta de engajamento no enfrentamento ao Coronavírus. Norma chamou as filiadas e os filiados de “vencedores de uma batalha contra a natureza e contra a incompetência das autoridades”.

A presidente do SINESP citou o linguista norte-americano Noam Chomsky – um dos principais pensadores de nosso tempo, que defende com veemência a importância dos Sindicatos no mundo atual – e enfatizou o crescimento do SINESP, mesmo em tempos de tentativa de desgaste da imagem dos sindicatos, principalmente depois do Golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

Norma reforçou a posição do Sindicato em favor da liberdade e do Estado Democrático de Direito, atacados constantemente pelo atual governo que, segundo ela, quer usurpar a democracia.

A ação vitoriosa dos 81% também foi citada como uma conquista histórica do SINESP. Norma reforçou que foi uma luta “necessária, devido ao roubo dos salários dos funcionários públicos na gestão de Paulo Maluf”.

Direitos Humanos na Escola – a escola democrática

25 Congresso PalestraHelena

Na sequência, os Dirigentes Sindicais Alcina Carvalho Hatzlhoffer e Getúlio Márcio Soares assumiram a mesa para mediar a primeira palestra do 25º Congresso do SINESP. AProfªDrª Helena Singer palestrou sobre o tema Direitos Humanos na Escola – a escola democrática, mostrando como esse assunto é fundamental na transformação do processo educacional.

Helena Singer citou a inserção da tecnologia digital no ambiente escolar e nas práticas pedagógicas e lembrou que esse processo estava quase duas décadas atrasado, mas acabou sendo adotado, finalmente, em virtude da Pandemia de Covid-19.

A palestrante enfatizou que práticas democráticas inclusivas e integradas à comunidade são fundamentais para a transformação da realidade e do contexto em que a educação e a própria comunidade estão inseridas.

Reforçando o tema que defendeu no Congresso, Helena Singer sentenciou: “A escola precisa ser um ambiente democrático”.

Gestor Educacional identidade em construção “os desafios da formação ética”

25 Congresso PalestraCelso

A segunda palestra do dia foi mediada pelas Dirigentes Sindicais Dalva de Oliveira Limite e Rosana Capputi Borges. O Prof. Dr.Celso Vasconcelos apresentou o tema Gestor Educacionalidentidade em construção “os desafios da formação ética”.

Celso Vasconcelos observou que é preciso garantir o desenvolvimento dos estudantes para o bem comum e não para o individualismo. Ele também lembrou que é fundamental que as aulas reúnam alegria e conteúdo crítico e criativo, porque muitas vezes as crianças são felizes antes das aulas, no intervalo e depois das aulas, mas é preciso que essa felicidade acompanhe os estudantes durante a aula, com conteúdo desafiador.

Para o palestrante, O “Índice de Felicidades dos Alunos (IFA)” deveria ser o grande indicador de qualidade de uma escola. Celso Vasconcelos observou, também, que as escolas precisam ir “além de uma perspectiva economicista da educação, que visa somente a preparar alunos para o mercado de trabalho”.

O especialista afirmou que o amor é a base da relação educativa e sentenciou: “A tarefa maior da escola é fazer educação através do ensino”.

Trabalho e educação em tempos de barbárie e capitalismo pandêmico “os desafios dos gestores educacionais e a importância da atuação sindical"

25 Congresso PalestraSamuel

A terceira palestra, mediada pelos Dirigentes Sindicais Marcia Fonseca Simões e Rui Ferreira da Silva Junior, foi conduzida pelo Prof. Dr. Samuel Fernando de Souza, intitulada Trabalho e educação em tempos de barbárie e capitalismo pandêmico “os desafios dos gestores educacionais e a importância da atuação sindical.”

Samuel propôs o tema como uma conversa em torno da representação da classe trabalhadora para lidar com os desafios do momento vivido pelo mundo atual. Para ele, um olhar sobre a história da classe trabalhadora brasileira pode servir como alento em tempos de desesperança para os gestores educacionais.

O palestrante expôs o que é, para ele, a melhor definição de sindicato: “Principal organização da classe trabalhadora no mundo capitalista.” Diante dessa conceituação, ele lembrou que muitas conquistas foram alcançadas em virtude de construções da classe trabalhadora nos últimos 200 anos, como os direitos políticos, inclusive das mulheres.

Samuel revelou que sempre é questionado se os sindicatos estão acabando e foi categórico ao dizer a resposta que dá a essa pergunta: “Os sindicatos só acabarão se acabar o capitalismo”.

O professor apresentou um contexto histórico da Revolução Industrial ao falar sobre o surgimento do movimento sindical no mundo e apresentou a evolução desses grupos até chegar ao surgimento dos sindicatos no Brasil. Samuel fez questão de enfatizar que é errônea a afirmação de que os Sindicatos chegaram ao país por meio dos imigrantes e lembrou que quando os estrangeiros chegaram em grande número ao país, o Brasil já possuía grupos organizados de trabalhadores. 

Samuel Fernando de Souza classificou o momento atual em que vivemos como “A era do novo sindicalismo”, resultado da fase política que atravessamos desde o fim da Ditadura Militar.

“Sindicatos não são uma concessão, são uma conquista”, finalizou o palestrante.

Educação antirracista “como mudar a sociedade através da educação? Possibilidades e desafios”

25 Congresso PalestraEdilene

Depois de uma pausa, as palestras foram retomadas no período da tarde. As Dirigentes Sindicais Flordelice Magna Ferreira e Regina Cleia Almeida mediaram a palestra da ProfªDrª Edilene Machado Pereira, intitulada Educação antirracista “como mudar a sociedade através da educação? Possibilidades e desafios”.

Intercalando estudos e vivências, a palestrante discorreu sobre as inúmeras dificuldades enfrentadas no Brasil por pretas e pretos.

Edilene desmistificou a ideia de que o Brasil seria um país cordial ao expor que aqui imperam o racismo e o sexismo, fatos que tornam essa terra ainda mais agressiva com as meninas pretas. Diante dessa situação, a palestrante foi taxativa: “É urgente sermos antirracistas.”

A professora criticou o “ensino eurocêntrico” do Brasil, que faz com que as crianças não consigam se enxergar no que é ensinado e criticou a falta de aplicação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 na educação brasileira: “Essas leis são fundamentais, porque descortinam um ensino racista e eurocêntrico”.

Edilene enfatizou que é preciso dar representatividade aos pretos e pretas, para que eles possam ocupar todos os lugares que quiserem na sociedade e falou, especificamente, sobre a importância de esse movimento passar pela educação, porque, segundo ela, a escola não inclui os negros, de forma geral: “Precisamos enegrecer os nosso livros didáticos, precisamos enegrecer os corredores das escolas, precisamos enegrecer os professores e professoras no sentido de que sejam antirracistas”.

Preconceitos e desafios da inclusão no Brasil

25 Congresso PalestraJoseAlves

As Dirigentes Sindicais Rosa Maria Pereira de Araújo Correa e Marcia Fonseca Simões mediaram a última palestra do dia, com o Prof. Dr. José Alves de Freitas Neto, intitulada Preconceitos e desafios da inclusão no Brasil.

O palestrante começou citando a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, nos artigos 1 e 2, para explicar o que deveria ser óbvio: “Todos são iguais” e, com isso, merecem direitos que coloquem a todos em condição de igualdade.

Ao falar sobre as pessoas com deficiência, sobretudo no universo escolar, José Alves reconheceu que boa parte das escolas brasileiras nem sequer tem banheiros, fato que torna mais difícil ainda a construção de banheiros adaptados: “Nossas construções não são inclusivas”.

O professor observou: “Não é possível falar em cidadania se há grupos que são deixados para trás.” Ele enfatizou que os adultos e crianças com deficiências formam o principal grupo de esquecidos entre todos os outros.

Para chamar a atenção para a importância do tema, ele lembrou que quase 10% da população brasileira possui alguma deficiência. Só em São Paulo, esse número estaria na casa de um milhão de pessoas.

José Alves afirmou que é fundamental que as escolas e os gestores tenham uma postura de escuta, de acolhida diante das pessoas com deficiência que cobram que seus direitos sejam respeitados.

O palestrante criticou o “capacitismo”, que ora coloca as pessoas com deficiência em posição de heróis e heroínas diante de um mundo inóspito, ora as coloca numa posição de coitadismo diante das adversidades impostas pela vida em sociedade.

O especialista opinou que a maior referência que existe quando se fala das pessoas com deficiência é a invisibilidade: “As pessoas com deficiência precisam ser observadas, atendidas e integradas dentro dos nossos universos”.

José Alves apontou que a sociedade possui uma grande dívida com as pessoas com deficiência, cobrou que se produza uma escola plural, democrática e inclusiva, que seja capaz de assumir que, ainda que sejamos todos iguais perante a lei, somos todos diferentes e devemos dar o testemunho dessas diferenças.

O palestrante direcionou, também aos gestores, a importante missão de despertar na comunidade escolar a vontade de aprender a trabalhar a inclusão e finalizou: “Quem convive com as diferenças aprende, efetivamente, a construir uma escola democrática e com valores republicanos”.

 

OBS: Alteração e correção na programação de 15 de setembro

Enrico●A Profª Lucília Augusta Lino, com palestra prevista para o dia 15 de setembro às 11h15, não poderá participar.

Para palestrar em seu lugar o SINESP convidou Enrico Ribeiro Queiroz que palestrará com o tema Conjuntura política e eleições

Enrico é Cientista Político de formação e pós-graduando em Gestão Estratégica com foco em Resultados, possui  mais de 10 anos de experiência no acompanhamento dos Poderes Executivo e Legislativo Federal, atuando no mapeamento, criação e implementação de estratégias junto às autoridades da República. Possui expertise na formulação de estratégias político-regimentais para atuação no Parlamento, na análise de cenários políticos e de risco político, além de ter artigos e pesquisas publicados em portais políticos de grande acesso.

 

●A Profª. Cecília Hanna Mate, que fará a última palestra do Congresso na quinta, 15 de setembro, às 15h, solicitou a públicação do seguinte tema e resumo para sua exposição, que deve substituir a que está no caderno programa:

O Projeto Político Pedagógico como instrumento de criar e recriar o currículo escolar

Profª. Cecilia Hanna Mate/ Faculdade de Educação da USP

Nessa exposição, será discutido o papel da coordenação pedagógica da escola na composição de forças que ajudem a criar/recriar currículos singulares, mutáveis, vivos e atentos ao presente. Muito tem se debatido, como um projeto político pedagógico pode viabilizar um currículo e, na esteira dessa discussão, a figura do/a coordenador/a pedagógico muitas vezes se tornou o centro do debate. Assim, se faz necessário discutir um conceito de currículo que possa viabilizar um Projeto Pedagógico da escola que de fato faça sentido para professores, crianças e adolescentes.

Toda a discussão aqui proposta está assentada no pensamento de que é possível criar currículos singulares, mutáveis, vivos, atentos ao presente e, portanto, em constante movimento. Essa abordagem implica enfrentar currículos padronizados, prontos, fechados e tentar o diálogo permanente com a realidade da escola e suas diferenças e necessidades. Embora essa não seja uma tarefa simples e fácil, pois implica enfrentamentos de várias ordens, por outro lado,  pode trazer aos indivíduos que habitam a escola o prazer da descoberta, da invenção, da autoria e de se perceberem vivos.

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