O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, DIESSE, publicou o boletim de conjuntura de novembro/dezembro sob o título “A HERANÇA DE 2021 E O QUE ESPERAR DE 2022”, em que apresenta um quadro de deterioração econômica no país e ausência de medidas que levem a melhorias no próximo ano.

Inflação, alimentos e custo de vida

A situação brasileira no final de 2021 é dramática: um país devastado não apenas pela Pandemia mas também pela omissão do governo federal no combate à covid-19. E a política econômica aprofundou a desigualdade social e aumentou a pobreza, piorando tudo.

A inflação cresce e prejudica principalmente as pessoas de menor renda. E os preços dos alimentos continuam em alta. O custo da cesta básica de alimentos, pesquisada pelo DIEESE em 17 capitais brasileiras, continua em elevação. Chegou a custar R$ 710,53, em novembro, o equivalente a 69,8% do valor do salário mínimo líquido.

As sucessivas altas nos valores da energia elétrica e do botijão de gás, que acumularam taxas de 30,3% e 37,9%3, respectivamente, completam o quadro de grandes desafios à sobrevivência da população mais carente. O Natal vai ser tenebroso para os mais pobres.

Desemprego crescente

O desemprego segue em alta e as ocupações criadas são informais. Eram 13,5 milhões de desempregados no terceiro trimestre de 2021. A taxa média de desocupação, conhecida como taxa de desemprego, chegou a 12,6% no país, nesse período. E uma parte considerável dos postos de trabalho criados recentemente é informal.

O rendimento médio habitual do/a trabalhador/a, no terceiro trimestre de 2021, teve queda de -4,0% em relação aos três meses anteriores e de -11,1% na comparação com o mesmo período de 2020. Com isso, o mercado consumidor interno não tem força para promover um crescimento sustentado da economia.

Perspectivas (ruins) para 2022

A tímida recuperação da economia brasileira após os primeiros impactos da pandemia tem se mostrado profundamente desigual. Ancorada numa situação de baixo dinamismo, a economia não gera postos de trabalho suficientes e de qualidade e a alta inflação corrói o poder de compra da população.

As incertezas no plano internacional, diante dos riscos da nova variante do coronavírus e, principalmente, a equivocada política econômica do governo federal apontam que 2022 será “mais do mesmo”, com baixo crescimento e inflação ainda em patamar elevado.

As eleições em outubro tornam as previsões ainda mais difíceis, ainda mais com um governo que busca a reeleição a qualquer preço.

É urgente a retomada do caminho do crescimento econômico com redução da desigualdade social e preservação do meio ambiente. Até as eleições gerais de outubro de 2022, há muitas lutas a serem travadas em defesa dos direitos dos/as trabalhadores/as, para impedir ainda mais retrocessos.

O vigor dessas lutas e a ousadia do movimento sindical em propor caminhos para o Brasil do futuro serão decisivos.

Veja o boletim de conjuntura do DIEESE AQUI.

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