Além da contaminação promovida com a aglomeração de profissionais da Educação nos CEUs pela SME, segundo especialistas, o modelo de testagem usado não é eficiente nem conclusivo.

A aglomeração causada pela prefeitura para a testagem dos profissionais de educação para covid-19 foi surreal. Na maioria dos CEUs houve várias horas de aglomeração devido ao número excessivo de pessoas e à falta de kits.

Como todos já sabem, e imagina-se que prefeito e o secretário de Educação também, essa é a forma mais propícia para o contágio. É um disparate promoverem contaminação em massa numa ação classificada por eles como mapeamento para retorno das aulas presenciais.

Não é possível reabrir escolas sem que os profissionais de educação estejam vacinados e não promover surtos da doença e muitas mortes na categoria e entre alunos e familiares.

Agora pior ainda, com esse criadouro montado nos CEUs nos dias 06 e 07. Uma ação tão atabalhoada que deixa dúvidas se foi por incompetência, irresponsabilidade ou intencionalidade.

A ineficácia da testagem

E há outro agravante. O teste sorológico usado pela prefeitura na testagem não é eficiente porque "ter a sorologia não reagente não significa não ter tido contato com o vírus, pois sabemos que formas leves e assintomáticas podem não produzir a imunoglobulina como resposta. Ter a imunoglobulina não significa ter proteção, pois depende da presença de anticorpos neutralizantes ou da defesa celular".

É o que explica a Drª em Ciências da Saúde e professora adjunta de Saúde Coletiva da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Maria Aparecida Patroclo, em entrevista ao Portal Uol.

A epidemiologista sugere que haja um monitoramento coordenado dos profissionais após a testagem. Nele, a categoria deveria comunicar em até "24 horas o início de qualquer sintoma respiratório ou gastrointestinal para isolamento imediato, quarentena dos contatos domiciliares e afetivos, e realização do exame RT-PCR após 72 h".

Além disso deve haver o fechamento total do local de trabalho, em caso do profissional estar atuando presencialmente, afastamento e testagem de todos que tiveram contato com ele e desinfecção do ambiente.

A reportagem também entrevistou o médico epidemiologista da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Eduardo Martins Netto.

Ele reforçou as observações da Drª Patroclo afirmando que “a testagem não tem uma resposta individual, mas, sim, traz uma porcentagem de um perfil da população, neste caso, os profissionais da Educação”. Ou seja, não é conclusiva, nem que seja feita corretamente e sem promover aglomeração e contaminação em massa.

Veja a reportagem do Portal UOL AQUI.

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