O CRECE Central repudia, em nota pública, a manutenção das unidades educacionais abertas neste momento tão triste da nossa história, quando batemos a triste marca de 2,3 mil mortes num só dia e acontece o colapso nos serviços de saúde, o que considera um CRIME.

Além disso, reitera a morosidade na contratação de empresa prestadora dos serviços de limpeza na rede municipal de ensino da cidade de São Paulo e a redução da equipe de trabalhadoras/es da limpeza nas unidades escolares, o que tem facilitado a livre circulação do vírus.

O CRECE defende um retorno seguro após a vacinação de parte significativa da população da cidade de São Paulo, inclusive dos educadores, além da imediata distribuição de tablets com chips para estudantes do ensino fundamental, com atividades remotas até o final do primeiro semestre deste ano, manutenção do subsídio de alimentação aos estudantes matriculados, segundo semestre com atividades de recuperação das aprendizagens no contraturno escolar e aumento da equipe de limpeza em relação ao contrato anterior.

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>>> Leia abaixo a nota na íntegra

MANTER AS ESCOLAS ABERTAS NO PIOR MOMENTO DA PANDEMIA É UM CRIME!!

O CRECE - Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola –, como órgão colegiado, de caráter deliberativo, que tem por finalidade o fortalecimento dos Conselhos de Escola e a ampliação do processo democrático nas unidades educacionais e nas diferentes instâncias decisórias, representante das famílias dos bebês, crianças e dos estudantes da rede municipal de educação, vem a público REPUDIAR a medida descabida do governo municipal de manter as escolas abertas neste pior momento da pandemia de COVID-19.

Em janeiro deste ano, o CRECE Central já havia se manifestado contra a reabertura das unidades educacionais da rede municipal. O que temíamos ocorreu: centenas de escolas registram casos de COVID em bebês, crianças, jovens e adultos. Estudantes, professores, coordenadores pedagógicos, diretores, ATEs, estagiários e funcionários terceirizados da limpeza estão sendo vítimas desta medida descabida.

Desde a reabertura temos recebido informações de casos confirmados de COVID-19 contraídos, certamente, nas unidades educacionais. Já são cerca de 25 óbitos de profissionais da educação, contabilizados desde o início deste ano, de acordo com informações publicadas nas redes sociais e comunicação aos sindicatos. Não compactuamos com isso. Defendemos um retorno seguro após a vacinação de parte significativa da população da cidade de São Paulo, inclusive dos educadores.

Para piorar ainda mais a situação das unidades da rede municipal de educação, cerca de 530 unidades não tiveram condições de reabertura no dia 15/02/21, devido à morosidade na contratação de empresa prestadora dos serviços de limpeza. Além disso, a maioria das escolas teve redução da equipe de trabalhadoras/es da limpeza. Em alguns casos, essa redução foi de mais da metade da equipe. Neste momento de maior circulação do vírus, com recordes diários de contaminação e mortes, as escolas não podem ficar com defasagem de profissionais tão essenciais no combate à proliferação do vírus: o/a trabalhador/a da limpeza. São esses trabalhadores que têm a responsabilidade de limpar e higienizar os ambientes, atendendo aos protocolos sanitários, conforme previsto no documento da SME em sua versão de janeiro de 2021.

Também não podemos deixar de citar a situação dos hospitais públicos e privados da cidade de São Paulo e das cidades da região metropolitana. Todos estão lotados. Já está ocorrendo colapso nas redes hospitalares de cidades vizinhas e isto também pode ocorrer nos hospitais da capital. É um cenário assustador. Manter as escolas abertas neste momento é contribuir para o aumento de casos de COVID-19 e, consequentemente, para o agravamento desta crise hospitalar e para o aumento do número de mortes. Não queremos uma escola de luto. Escolas fechadas, vidas preservadas.

Nas últimas duas semanas, a média diária de mortes por COVID-19 no Brasil ultrapassou 1.500 vidas ceifadas. Em números absolutos, chegamos a 2.349 mortes na data de hoje (10/03/21). São mais de 2,3 mil famílias enlutadas. São pessoas que têm nome e sobrenome; que possuem pai, mãe, filhos, esposa/o e amigos. Mais do que nunca, precisamos lutar pela vida e defender o isolamento social.

Diante de todo esse cenário explicitado e vivenciado por nós, em nossas escolas e, em nossa cidade, o CRECE Central vem por meio desta Nota, REPUDIAR a manutenção das unidades educacionais abertas neste momento tão triste da nossa história.

Diante disso, defendemos:

✓ Que a SME mantenha as atividades remotas e por material impresso até o final do 1º semestre;

✓ Que a SME distribua, imediatamente, os tablets com chip para acesso à internet a todos os alunos do ensino fundamental;

✓ Que as atividades presenciais sejam retomadas apenas após a vacinação da maioria da população periférica;

✓ Que a SME mantenha o subsídio de alimentação a todos os bebês, crianças, jovens e adultos matriculados;

✓ Que o segundo semestre seja organizado com atividades de recuperação das aprendizagens no contraturno escolar;

✓ Que as equipes de limpeza sejam mantidas em quantidade de trabalhadores/as igual ou maior que do contrato anterior. Não se cumpre protocolos sanitários sem funcionários de limpeza.

Comissão Executiva CRECE Central, 10 de março de 2021.

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