Sem vacinação em massa, não há condições para o retorno das atividades sociais ao normal, inclusive a educação, devido à impossibilidade de evitar o contágio e o adoecimento!

"Vacinação é estratégia coletiva”, afirma a Profa. Dra. e epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Segundo ela, não adianta vacinar uma porção e o entorno continuar exposto, pois o vírus mantém a proliferação e pode sofrer uma mutação que jogue todo o esforço de vacinação e o dinheiro gasto no lixo. Por isso, a OMS insiste que a vacinação seja mundial, universal e concomitante. Ou seja, a vacinação só será capaz de pôr fim à pandemia se estiver no âmbito de um programa universal e público.

E, no Brasil atual, tudo que é ruim pode piorar. Além da negligência com a vacina, das brigas políticas com interesses eleitoreiros e do negacionismo que deseduca e insufla a sociedade ao erro, à exposição e à disseminação do vírus, sequer foi efetivada a compra de seringas, algodão, álcool e refrigeradores em quantidade suficiente. A precarização e corte de verbas no SUS diminuiu o número de enfermeiros para efetivar uma campanha digna e o país pode ser caso único no mundo de venda da vacina na rede privada de saúde.

A luta que chama todos os cidadãos e entidades sociais, políticas e de classe ao engajamento, à qual o SINESP soma, é pelo acesso universal às vacinas, gratuito e com uma logística que garanta imunização rápida e massiva.

 

Especialistas defendem cuidados com a educação

“Ninguém se salva sozinho se não salvar todos. Essa é a lição do vírus, ou entendemos, ou afundamos juntos”, completa a Dra. Ethel.

No mesmo diapasão, o Dr. Gonzalo Vecina defendeu, em reunião do Comitê de Crise da Educação na Câmara Municipal em dezembro passado, que com a doença em ebulição e sem que uma vacina esteja disponível para todos, não tem como garantir imunidade e segurança para a saúde e a vida de alunos e profissionais de educação, no caso do retorno das aulas presenciais.

Previu o colapso que já se anuncia no sistema de saúde e colocou como critérios para juntar pessoas a existência de ventilação abundante e a ausência de aglomeração e contato físico, o que nas escolas é algo dífícl de garantir..

Para ele, não dá para imaginar o retorno das aulas sem amplo diálogo com todos os Profissionais de Educação e a Comunidade Escolar, com definção por escola, não geral, uma vez que as UEs com alguma ausência de condições não podem funcionar presencialmente. Veja AQUI.

Já a Dra. Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, tocou num ponto nevráugico em sua participação no programa Roda Viva de 14 de dezembro de 2020, em debate sobre a situação do Brasil no cenário da vacinação contra a Covid-19.

Para ela, a ordem de priorização estabelecida para a vacinação deve ser parcialmente revista, com a inclusão de grupos de alto risco, aos quais ela insere os Profissionais de Educação. Veja AQUI.

A mensagem é clara e precisa para os governos, instituições e pessoas que defendem a reabertura das escolas em meio ao crescimento do contágio na segunda onda, que já esgarça o sistema de saúde e ninguém sabe que dimensão trágica atingirá, sem que a comunidade escolar esteja vacinada e sem que os problemas estruturais e de falta de recursos humanos das UEs (como denunciam os Gestores Educacionais e confirma o Retrato da Rede do SINESP) tenham sido resolvidos.

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