Pesquisa realizada entre 13 e 15 de outubro expressa a posição da população quanto à volta às aulas e os motivos para a insegurança e o receio da maioria das famílias de alunos da RME.

A luta do SINESP pelo não retorno às aulas presenciais em 2020 leva em consideração os elementos apontados pelo Retrato da Rede, de falta de estrutura física e de pessoal na RME, além de todas as questõe de saúde envolvidas e a posição das famílias quanto a trazer as crianças de volta para o ambiente escolar.

Essas questões tem sido insistentemente discutidas em reuniões com a SME e o conjunto das entidades sindicais, com vários enfoques, entre eles o fato do risco da contaminação ser grande e não existir estrutura para um retorno em 2020, posição reforçada nas reuniões do Fórum das Entidades e do Comitê de Crise da Educação estruturado na Câmara Municipal.

Os Conselhos Representantes dos Conselhos de Escola, o CRECE, já efetuara pesquisa que apontou 80% das famílias contrárias ao retorno, fato confirmado pelo Datafolha em setembro (clique aqui e veja matéria sobre a pesquisa Datafolha).

Agora a pesquisa recente do IBOPE trouxe a atualização destes dados e a confirmação que o retorno não é desejado pelas famílias.

Segundo a pesquisa, realizada no contexto das eleições municipais, 81% dos eleitores são contrário a volta às aulas em 2020. Os principais receios para um retorno às aulas presenciais são:

60%

Apontam a falta de estrutura para o retorno

56%

Risco de aglomeração dos estudantes

55%

Risco das crianças não se cuidarem

26%

Condução em transporte público até a Escola

24%

Risco de contaminação dos alunos

31%

Risco contaminação de familiares

22%

Impacto no aprendizado

 

Sindicatos reivindicaram a testagem, que ainda naõ terminou

A testagem de todos Profissionais de Educação foi uma solicitação feita pelo SINESP e demais entidades sindicais ainda em abril junto à Secretaria Municipal de Educação. Parte dos alunos da Rede Municipal de Educação também estão sendo testados. A prefeitura decidiu então pelo censo sorológico, cujo cronograma continua até início de novembro.

As declarações do Prefeito Bruno Covas e do Secretário de Educação Bruno Caetano, anunciando retorno às aulas presenciais, desconsideram que o censo ainda vem sendo realizado na Rede Municipal de Educação, além das diversas situações de falta de estrutura de pessoal, condições físicas dos prédios escolares.

Falta de estrutura e desorganização persistem

Além disso, quem está desde março nos plantões presenciais não recebeu por parte da SME os EPI necessários para o trabalho, muitas Unidades Educacionais tem sido alvo de vandalismo por falta de segurança, equipes de limpeza estão incompletas e não consideram a realidade atual da pandemia (já não consideravam a anterior).

Na reunião do Comitê de Crise da Educação do dia 13 de outubro de 2020, o SINESP expôs a falta de organização por parte das Secretarias Municipais de Educação e Saúde no cronograma para a realização do censo sorológico, fragilizando este momento de verificação da RME.

O SINESP tem apontando o grande problema da falta de estrutura física, como edificações com problemas de ventilação que necessitam de reformas, que somente podem ser realizadas pela Secretaria Municipal de Educação, conforme recente Instrução Normativa editada pela própria SME.

Os EPIs que a SME divulga como tendo sido adquiridos, não chegaram às Unidades Educacionais, nem para dar suporte aos profissionais que estão em plantões presenciais.

O SINESP também já demonstrou, via Retrato de Rede e em todas reuniões com o Secretário Bruno Caetano, a necessidade de serem chamados os profissionais aprovados nos concursos para Auxiliar Técnico de Educação, Professores, Coordenadores Pedagógico, Diretor de Escola e Supervisor Escolar.

Antes mesmo de pensar em retorno é essencial que a Rede tenha o preenchimento dos cargos, diante do volume da demanda atualmente existente junto às Unidades Educacionais, sobretudo os Gestores Educacionais e quadro de apoio, que estão em plantões presenciais, e a revogação da Instrução Normativa 17/20, que impede diversas designações e nomeações para os cargos das Unidades Educacionais.

Confira trecho de reportagem sobre a pesquisa IBOPE realizada entre 13 e 15 de outubro de 2020.


0
0
0
s2sdefault