Em artigo na Folha de SP, Secretaria de Saúde garante que a pasta tem “segurança absoluta em afirmar que a reabertura de escolas, neste momento, pode levar a um aumento do número de casos” e responde com “escola não é bar” aos que maldosamente panfletaram nas redes sociais que, “se abriram o bar, por que não abrem as escolas?”

A coluna de opinião da Folha de São Paulo de 10 de outubro trouxe artigo da Secretária Adjunta de Saúde, Edjane Brito, médica pediatra e epidemiologista, especialista em saúde pública e em gestão de redes de atenção.

Soou forte sua afirmação de que o mandamento norteador de uma sociedade civilizada deve ser “preservar vidas, porque toda vida importa”. O SINESP concorda e corrobora tal afirmação, a qual baseia sua defesa de que não há como voltar às aulas esse ano e enquanto a pandemia não estiver claramente sob controle, com número de novos casos e óbitos drasticamente reduzidos.

Essa posição a Diretoria do SINESP defende em toda reunião do Comitê de Crise da Câmara Municipal, que congrega vereadores, Sindicatos da categoria e entidades representantes da comunidade escolar. O mesmo faz em todas as discussões com a SME e outras instâncias da prefeitura e em todos os espaços em que tem oportunidade, como em audiências públicas, reuniões da Comissão de Educação e em matérias na imprensa.

O SINESP defende também que todos os problemas estruturais das unidades escolares da RME sejam solucionados antes que a reabertura seja definida.

Esses problemas são públicos e estão evidenciados no Retrato da Rede, publicação que resulta de pesquisa conduzida pelo SINESP entre os Gestores Educacionais há mais de uma década - Veja AQUI a edição 2020.

Também foram apontados em abundância por Gestores, Dirigentes, Conselheiros e Representantes do SINESP nas lives com o Secretário Municipal de Educação realizadas em agosto deste ano – Veja AQUI matéria e vídeo.

Retorno já ocorre...

Até o momento, 11 redes de ensino públicas estaduais já retomaram as atividades presenciais ou têm uma previsão para que ocorra em 2020. Em oito 8 estados, públicas e particulares permanecem fechadas. No estado de São Paulo, o governador João Doria autorizou a reabertura das escolas públicas e particulares para a atividades extracurriculares, o que está pressionando a rede estadual, e deixou a decisão sobre as redes municipais para os prefeitos.

O prefeito Bruno Covas, candidato à reeleição, está promovendo um inquérito sorológico para basear sua decisão e já autorizou essa reabertura parcial, promovida por apenas um CEI conveniado. Mas tem reafirmado em sua campanha eleitoral a não autorização para reabertura completa das escolas enquanto a área da saúde não liberar.

Ouvindo a ciência?

Nesse sentido as afirmações da Secretária Adjunta são um alento. Além do que está reproduzido acima, ela taxou de ofensivas e levianas as acusações de que a restrição para a volta às aulas tem cunho político.

Ela garantiu que o governo está “ouvindo a ciência e resistindo a pressões de setores econômicos”. E que o prefeito está confiando no trabalho e “priorizando a opinião da equipe técnica”, baseada em estudo, conhecimento e evidências.

Lembrou que a análise das fases do inquérito sorológico feito na cidade sustentam a afirmação de que “quase 70% das crianças são assintomáticas, tornando-se possível foco de transmissão silenciosa - e que em torno de 25% delas residem com pessoas idosas, cuja taxa de letalidade ao adquirir a enfermidade é preocupante em todas as classes sociais.”

Disse que não é possível observar integralmente protocolos rígidos nas escolas, imprescindíveis enquanto não há vacina, porque a maioria são crianças, além da intensa movimentação de pessoas, “pais, professores, profissionais de transportes, merendeiros, expondo a todos”.

Trouxe ainda ao debate o perigo da “Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica” que embora rara, é uma complicação que pode surgir em crianças infectadas”. E que a “volta precipitada das aulas presenciais, sobretudo no ensino infantil e fundamental, pode levar à contaminação precoce de pessoas do grupo de risco, com incremento inevitável de óbitos.”

Bom senso

O que se espera é que, de fato, as atitudes e afirmações do prefeito candidato não tenham o olho na eleição e sejam baseadas nas pesquisas que indicaram a rejeição ao retorno por 75% das famílias, além da rejeição unânime das equipes escolares.

O SINESP espera, luta e lutará para que a reabertura das escolas só ocorra cm condições de segurança garantidas para estudantes, profissionais, famílias e para toda a sociedade.

 

Veja AQUI o artigo na Folha de São Paulo.          

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