A testagem e a pesquisa de relações familiares feita pela prefeitura com alunos da RME entre 4 e 14 anos e as perspectivas do setor de Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde indicam uma convivência longa com o coronavírus e o caos que seria reunir crianças nas escolas antes do controle da doença.

O inquérito escolar de infecção por Sars cov-2 apontou infecção em 16,1% das crianças. Dessas, 65% são assintomáticas e 25% convivem com pessoas com 60 anos ou mais.

Por mais que todas as medidas de segurança fossem tomadas com eficiência, que os problemas estruturais das escolas fossem equacionados, que a falta de profissionais fosse resolvida, seria impossível evitar a proximidade das crianças, o toque, a troca de materiais, a retirada das máscaras e a convivência entre educadores e alunos por quatro ou mais horas diárias.

As escolas se tornariam ambientes de ampliação das taxas de contágio, de segundas e terceiras ondas, como ocorreu em países como Israel, que teve de voltar atrás duas semanas depois de reabrir as escolas (veja AQUI), ou nos EUA, que registraram aumento de 40% nos casos de coronavírus entre crianças após a volta parcial das aulas (veja AQUI).

Vacinação vai demorar

A OMS aponta outros motivos para evitar a reabertura das escolas neste ano. Segundo a médica brasileira Mariângela Simão, diretora de Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da Organização, é preciso garantir três fatores combinados e globais: vacina eficaz e disponível em quantidades suficientes, medicamento que evite mortes pela doença, testes seguros e massificados.

Ela indica ainda que a OMS só espera a disponibilização de vacinas seguras em meados de 2021. Com isso, a expectativa é de que, até o final do ano, seja possível vacinar no máximo 20% da população. É pouco para afirmar, inclusive, que no começo do ano já haja segurança para reabrir as escolas.

Leia a entrevista com a diretora da OMS publicada na revista Carta Capital.

SINESP na luta

O SINESP se posiciona e busca a unidade dos Sindicatos da categoria na luta pela garantia de diálogo e negociação por parte da SME quanto à situação das escolas em meio à crise atual.

Foi um dos impulsionadores do comitê de crise da educação na Câmara municipal, importante para garantir o debate, posicionamentos oficiais e envolver parlamentares, Sindicatos, instituições e amplos setores sociais.

E busca parcerias, como a construída com o CRECE (veja AQUI) para lutar pela volta das aulas presenciais somente em 2021, quando houver condições de segurança garantidas, com vacina e medicamentos disponíveis, taxa de contaminação controlada e ações do governo que resolvam pendências das escolas com infraestrutura física e humana.

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