O programa Gente que Fala, transmitido pela Rádio Trianon, contou nesta segunda (29/06) com a presença do diretor de Imprensa do SINESP, Christian Sznick, para falar sobre o impacto do plano de retorno às aulas na cidade de São Paulo no dia que o mundo registra dez milhões de casos de infectados pela Covid-19.

"É um numero espantoso mas pode ser ainda maior, com a mobilidade das pessoas, a falta de organização de alguns programas públicos e a falta de diálogo do governo com a sociedade, principalmente com os servidores que estão na linha de frente da Educação", alerta o professor Christian. Ele sinaliza que qualquer plano de reabertura de escolas precisa incluir o diálogo com todos os envolvidos, incluindo as famílias, para, além de assegurar a saúde das crianças e dos profissionais da Educação na Volta às Aulas, conter também a evasão escolar, que é muito preocupante. "A saúde mental de todos tem que ser preservada, por isso a importância do diálogo!", ressalta o dirigente do SINESP.

Além do SINESP, estavam presentes no programa, apresentado pelo jornalista Mauro Frysman, o promotor de Justiça José Carlos Blat, o vereador Rodrigo Goulart, do PSD, e o ex-senador José Anibal, do PSDB.

Veja a participação do Dirigente do SINESP no programa e leia abaixo os principais pontos da fala:

Falta diálogo na construção de um plano de retorno às aulas - O plano apresentado pelo Governo do Estado exclui das discussões a participação das entidades representativas dos profissionais de educação e não considera situações praticas do dia a dia das rotinas educacionais. O SINESP, em conjunto com outras entidades, tem diariamente chamado a atenção da SME para a necessidade do diálogo e para a participação nas reuniões do comitê emergencial realizadas na Câmara Municipal de São Paulo;

Falta de EPIs - Segundo números da própria SME, 13 mil dos 80 mil servidores municipais da Educação de São Paulo estão indo diariamente trabalhar nas escolas para fazer basicamente atendimento telefônico, entrega de cestas básicas, entrega de cartões e outras interações com a comunidade. A SME não tem fornecido máscaras ou outros EPIs necessários para o trabalho. O SINESP ja cobrou diretamente da Secretaria e das Diretorias Regionais de Educação que façam devido provimento pra esses servidores.

Falta estrutura - As escolas vão ter que passar por muitas mudanças estruturais. Como se faz retorno em um centro de educação infantil? Como que vc faz uma interação colocando um bebê distante do outro? Educacionalmente, não existe dessa forma.

Acolhimento  das famílias - Um outro ponto que preocupa muito o SINESP é que as próprias famílias estão com medo do retorno e inclusive já tem uma campanha do Conselho Representante dos Conselhos de Escola - CRECE, contrário ao retorno.

Falta de profissinais - Antes da pandemia, a rede já vinha sofrendo com a falta de profissionais de educação.  Faltam desde professores até o quadro de apoio. Temos escolas que, pelo quadro atual, não teria ninguém para recepcionar as pessoas.

Profissionais do grupo de risco - Como ficam as pessoas do chamado grupo de risco? Pessoas com questões de idade,  comorbidades ou mesmo lactantes  e gestantes voltarão? Não, elas não voltarão? Como vai ficar esse atendimento? 

O vereador Goulart se colocou à disposição do SINESP e das entidades pra buscar uma solução para a questão urgente dos EPIs. Além dos problemas elencados pelo Dirigente do SINESP acrescentou mais um. As filas da rede pública tendem a aumentar em virtude da crise das escolas particulares e mesmo da queda da condição financeira dos pais dos alunos que estudam nestas instituições. Na prática, este aumento de demanda já vem ocorrendo nas Unidades Educacionais da Rede Municipal de São Paulo. 

Exigimos diálogo e respeito por parte da SME!

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