À crise planetária, sanitária e social, provocada pela pandemia de coronavírus, o Brasil acumula crises econômica e política. O cenário caótico resultante é analisado no SINESP Diálogos de 26/06 pelo jornalista e experiente analista político Antônio Augusto de Queiroz, ao lado dos dirigentes do SINESP João Alberto Rodrigues de Souza e Rui Ferreira Jr., também experientes e atentos à análise conjuntural.

A disputa entre poderes e Executivo Federal X Governadores é uma das expressões da crise política atual, atravessada pela movimentação nas ruas, que tem potencial explosivo mesmo com as limitações impostas pela necessidade de distanciamento social.

O Equilíbrio financeiro continua no foco narrativo dos governos e da equipe econômica federal, mesmo com a necessidade da ação estatal nas respostas às crises atuais. O foco neoliberal é mantido, portanto, e com ele os ataques aos direitos dos trabalhadores, em especial dos servidores públicos com a proibição de reajuste salarial, concursos e progressões. "O governo continua a ferir a honra e a atacar a dignidade dos servidores públicos. Com a pandemia, pegou carona para implementar medidas que prejudicam os servidores", assinala o analista político. O objetivo é claro, transferir tudo para a iniciativa privada. "É preciso denunciar esse desmonte para a população, além de muita organização da categoria para fazer esse enfrentamento", destaca.

Os educadores estão na linha de frente da atuação nesse momento de pandemia, expostos ao perigo de contaminação e morte sem, sequer, o devido reconhecimento. São protagonistas dos debates sobre as perspectivas durante e pós-pandemia e cumprirão tarefas enormes quando receberem crianças e jovens no retorno às aulas, com problemas acumulados, pedagógicos, sociais e emocionais.

João Alberto Rodrigues de Souza, secretário-geral do SINESP, assinala que não há diálogo por parte da SME e sim descaso, inclusive com a saúde mental dos servidores e também dos alunos e suas famílias. "O governo inventa tarefas para justificar a presença dos servidores nas escolas, nos plantões presenciais, expondo servidores ao risco de contrair Covid-19, sem ao menos fornecer EPIs", denuncia. Rui Ferreira da Silva Junior, Vice-Diretor Cultural do SINESP, reforça que o SINESP vai todo o dia à SME exigir que os direitos dos especialistas da educação sejam respeitados.

A crise econômica, com desemprego recorde e enorme lastro social, já vinha crescendo antes do coronavírus. Ampliou dramaticamente depois dele e acendeu o pavio para revoltas sociais expressadas nas manifestações antirracistas que tomaram o mundo após o assassinato de George Floyd nos EUA. O potencial para explosões é evidente, inclusive no Brasil. "As grandes mobilizações certamente virão já que a crise econômica que vem por aí é muito grave. O fundamental é que as forças democráticas do país possam se unir em uma frente ampla para o enfrentamento da situação após a pandemia", analisa Antônio.

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