curso infancia15 8 19 destqueO 4º e último encontro do curso de Gênero, diversidade sexual e promoção de equidade na Educação Básica trouxe à discussão muitos desafios para os profissionais da educação.

Para contribuir ao debate, que tem tratado deste tema de grande importância na sociedade, a palestrante Vanessa Pipinis falou de estratégias de abordagem e reflexão. O curso, pioneiro na temática, é resultado de grande investimento da diretoria do SINESP na especialização dos profissionais de educação em temas que envolvem cidadania e respeito às diferenças.

De acordo com Getúlio Márcio Soares, Dirigente Sindical do SINESP e organizador do curso, espaços de discussão sobre gênero e diversidade sexual são escassos dentro da educação. “Esse curso para nós da diretoria do SINESP é um sonho realizado, porque trata de um tema de grande importância na sociedade dentro do ambiente da educação, com a diversidade de olhares e opiniões. E contar com a participação de pessoas com grande repertório, como as que ajudaram a este evento a acontecer, é gratificante”, afirma.

O último encontro também foi marcado pelo relato emocionante da Professora de Ensino Fundamental II e Médio, Anna Luísa de Castro, sobre sua experiência diante do preconceito e da discriminação.

Anna Luisa hoje é Coordenadora do Núcleo de Tecnologias da Informação e Comunicação da DRE-BT, mas durante sua jornada acadêmica enfrentou grandes dificuldades. Anna é mulher trans, negra e tem consciência de sua identidade desde o ensino fundamental. Ela conta que sempre foi muito aberta com sua família, mas que muitas vezes incomodou pessoas a sua volta por questionarem seu local de fala. Ela explica que “existem diferentes tipos de lutas, e que cada uma tem o seu valor”.

anna luisa“Diferente de grande parte das pessoas trans que chegaram à universidade, eu vivencio minha sexualidade desde a infância, então passei por diversos momentos de dificuldade dentro do ambiente escolar. Hoje quero relatar às pessoas minha luta, e fortalecer o combate ao preconceito e ajudar a formar novos conceitos mais abrangentes”, finaliza.

 

Discussões envolveram PL do Escola sem Partido e outros temas polêmicos na educação

Desde o primeiro dia do curso realizado em 4 de agosto (Clique AQUI para conferir a apresentação em slides usada pelo palestrante), o interesse dos participantes na formação e nos debates chamou a atenção dos dirigentes do SINESP. As expectativas foram variadas e contemplavam as mais variadas situações do cotidiano escolar. Confira a seguir algumas das intervenções dos cursistas sobre as dificuldades ao tratar do tema:

“...atendemos comunidades complexas, temos bastante crianças e jovens com crise de identidade, chegando inclusive ao suicídio. O tema é pertinente para nos auxiliares no cotidiano da escola...”;

“...minha questão é com relação à sexualidade, que ainda é um tabu...”;

“...A maior dificuldade é com os profissionais, tive um problema no CEI e me pareceu que as crianças trataram o assunto com mais tranquilidade que os adultos...”;

O segundo encontro foi conduzido pelo palestrante Luís Saraiva, que trouxe a tona temas como: Cura gay, Ideologia de gênero, Estatuto da Família, entre outros, como o PL Escola sem Partido que tem como um dos alvos, a discussão sobre gênero nas escolas. (Clique AQUI para conferir a apresentação em slides usada pelo palestrante)

De acordo com Luís Saraiva, assuntos prementes como a diversidade sexual precisam ser refletidos e debatidos, pois “muitas histórias de violência, sofrimento, isolamento, constrangimento, discriminação e preconceito ainda se fazem presentes em diferentes espaços e é urgente contribuirmos para reverter esse cenário”, afirma.

Curso debateu Bullying e outras formas de violência

Prática frequente no ambiente escolar, o bullying “pode trazer prejuízos ao desenvolvimento do estudante, por ser uma forma de violência”, segundo o palestrante Luiz Ramires, Mestre e Doutorando em Educação pela USP, com dissertação sobre o tema realizada com jovens gays do ensino médio. Ele destacou que o bullying tem por objetivo desqualificar a outra pessoa, por representar um diferente grupo social.

“A maneira como fala e gesticula, sotaque, origem social e/ou geográfica, estilo de se portar, se vestir, gosto musical, e o modo como trata os demais são alguns dos exemplos mais frequentes das “piadinhas” dentro das unidades educacionais”, afirmou o especialista.

Para o especialista, o combate a essa prática se dá por meio do acesso ao conhecimento, papel que deve ser desenvolvido por educadores. “A homofobia, ou seja, o medo, aversão, hostilidade aos não-heterossexuais é um subproduto do sexismo, e afeta a todo mundo, inclusive os heterossexuais”. E conclui: “A homofobia é um fenômeno complexo, que requer uma atitude ética de repúdio à desvalorização do outro”. Confira o material disponibilizado pelo palestrante, clicando AQUI.

Evento superou expectativas

curso infancia15 8 19 2Para os participantes, que debateram durante os 4 finais de semana as práticas, abordagens e experiências individuais frente aos casos vividos no dia-a-dia nas escolas e diretorias regionais, a experiência foi muito produtiva. “O curso representou um pontapé inicial na busca de equidade e de formação dos gestores para lidar com responsabilidade nas diversas situações no cotidiano escolar.” finaliza o diretor do SINESP, Getúlio Soares.

Curso “Gênero, diversidade sexual e promoção de equidade na Educação Básica” terá nova edição

Diante do resultado positivo, o SINESP está debatendo a viabilidade de uma nova edição do curso para o primeiro semestre do próximo ano, além de um segundo módulo de aprofundamento da temática. A participação expressiva dos filiados nesta atividade reafirma o papel do Sindicato na formação constante dos gestores em temas de grande relevância para a educação.

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O SINESP representante dos Gestores Educacionais promove formações que abrange a enorme gama de temas e olhares sobre a Educação, com abordagens de vanguarda, trazendo palestrantes e formadores capacitados e combativos em suas áreas .

O SINESP desenvolve uma política de formação voltada aos Gestores Educacionais, agentes articuladores da Gestão Democrática na Rede Municipal de Educação e por consequente multiplicadores dessas formações perante suas equipes, profissionais de educação e comunidades escolares. Formações que respeitam a multiplicidade de olhares com foco na Educação Pública de qualidade.

 

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