●SINESP leva segundo grupo de filiados para conhecer um dos marcos paulistas repleto de histórias, arte e referências artísticas e arquitetônicas.
●Escolas podem organizar visitas em grupo de 10 a 50 pessoas e proporcionar uma experiência ímpar a alunos e educadores. Para saber mais: https://theatromunicipal.org.br/pt-br/visita-educativa/
A primeira Visita monitorada ao Theatro Municipal organizada pelo SINESP foi tão participativa e elogiada que exigiu uma segunda edição, realizada no dia 07/11. Outro motivo para a volta foi a quantidade e a qualidade do que se vê e aprende na visita, que a direção do Theatro chama de educativa.
Uma hora de visita com o educador do Theatro é suficiente para explorar apenas uma pequena parte do acervo artístico e arquitetônico e as histórias que por ele passaram em seus 108 anos de existência.
Vale muitas visitas com perguntas preparadas para tirar o máximo de informações, como a lenda dos fantasmas, por exemplo, para a qual não sobrou tempo dessa vez.
História e arte
Desde a entrada tem história. Lá se vê a reprodução de padrões europeus da época, cara à elite paulistana do início do século XIX, amante de Paris, seus costumes e referências.
Inaugurado em 1911, o Theatro era um local de encontro da elite numa época em que os barões do café reinavam. Por isso também foi construído na área rica da cidade. E com dinheiro arrecadado pela prefeitura entre os barões e outros abastados, que tiveram fartos subsídios em impostos para contribuir com a construção.
O Projeto de arquitetos italianos teve a construção a cargo do arquiteto brasileiro Ramos de Azevedo. Repleto de mármores importados, seu interior guarda também preciosidades.
Entre elas dois painéis alusivos à obra de Richard Wagner, o Anel do Libelungo, produzidos com o famoso vidro produzido na ilha veneziana deMurano, perto de Veneza,há vários séculos.
E o frontão do palco do Theatro, obra alusiva ao quadro o nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, com o simbolismo de que tudo que tome o palco seja tão belo quanto a deusa.
Uma decepção para todos os visitantes foi saber que o órgão acústico do Theatro não funciona há muito tempo por falta de verbas para a manutenção. A prefeitura abandonou a preciosidade.
Divisão social
A organização social da época está evidente no Theatro. Os espaços estão divididos em ordens, escalonadas de 1 a 4, reproduzindo a forma como a sociedade estava organizada.
A 1ª ordem tem direito a entrada luxuosa, com mármores importados e obras de arte e os melhores locais da plateia. Uma óbvia mostra de poder econômico, social e político de quem a ela tinha acesso. Da 2ª à 4ª tudo fica inferior, inclusive o posicionamento nas galerias superiores, com visão restrita do palco.
Semana de arte moderna
Realizada em fevereiro de 1922, marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX. Sua realização transformou o palco do Theatro em local de disputa cultural. Artistas desafiaram as normas com várias inovações artísticas e despertaram a ira da elite, fiel à reprodução dos padrões europeus e que tinham o local como um espaço seu. Mas essa é uma história à parte que merece ser conferida nas próximas visitas.
Que novas visitas venham! Participe conosco!