Uma das temáticas mais discutidas na educação é a forma de como as escolas têm se organizado para construírem espaços de relevância nos aspectos administrativos, pedagógicos, de gestão de pessoas e perseguirem a qualidade tão necessária à escola.

Nesse contexto, um dos maiores desafios da gestão é estabelecer situações significativas que possam edificar a participação de todos, no sentido de gerar a qualidade no processo de ensino-aprendizagem.

Acredita-se que uma gestão escolar só poderá contribuir de maneira democrática a partir do momento em que todos os funcionários, alunos e comunidade se envolvam de forma participativa nos projetos pedagógicos e culturais da instituição.

Pensando nisso, o SINESP organizou no Fórum Sindical e Educacional de 2016, realizado nos dias 5 e 6 de maio, experiências de gestão democrática em três Unidades da Rede Municipal de Ensino. 

 

CEI Vereador Joaquim Thomé Filho Diretora: Profª. Bárbara Cristiane da Silva Diaz Lagonegro, Diretora do CEI, com o projeto “Blog: construindo mecanismos de participação, partilha e transparência.”

Bárbara falou sobre a difícil construção de um blog no CEI, sem estrutura adequada de informática. Idealizou o blog a partir da necessidade de espaços de relevância para a participação da comunidade. A maioria das crianças usam o transporte escolar, o que distancia os pais e os próprios professores não conheciam o trabalho de seus colegas, daí a necessidade de compartilhar informações e experiências. “A valorização se dá quando apresentamos nosso trabalho”, disse Bárbara, que começou o blog em 2013, como algo interno, para partilha de experiências. A necessidade de reformular o Regimento provocou a ampliação do blog, usado para envolver os pais. Para eles disponibilizou também os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil. Ao perceber que os pais pouco sabem sobre o que ocorre na U.E., usou o blog para contar e acompanhar o trabalho da equipe, com informações detalhadas. Hoje, os pais já se apropriaram do blog e obtém nele informações sobre a metodologia usadano CEI  e atividades das crianças, matriculas, reuniões, vacinas, e até programas culturais gratuitos da região. A estrutura do blog está em constante mudança, de forma a se tornar cada vez mais informativo.

Clique AQUI e veja a palestra da Profª Barbara

   

EMEI Dona Leopoldina: Profª. Márcia Covelo Harmbach, Diretora, com o projeto “Pequenos Conselheiros, Grandes ideais”.

Márcia levou a experiência de gestão compartilhada com as crianças, entendidas como atores sociais, e não meros coadjuvantes. “Com direitos que começaram em 1935, com os Parques Infantis de Mário de Andrade, confirmados em 1989, com a Declaração dos Direitos das Crianças, e em 1990, com o ECA”, disse Márcia. A EMEI deu inicio ao projeto construindo viveiros de infância, espaços destinados a brincadeiras para que a infância seja vivida de forma plena. A EMEI incentiva a criança a produzir sua própria cultura no cotidiano, sendo autora, competente, sujeita de direitos, com forma própria de ver e significar o mundo. “ É preciso conversar com as crianças em todos os momentos, de forma que a metodologia usada atenda o currículo infantil, com a voz da criança em igualdade à do adulto”, disse Márcia.

Nas assembléias todos falam e opinam.  Desde a pauta é feita com as crianças, um menino e uma menina de cada sala fazem parte do conselho, para o qual levam propostas, problemas ou  resoluções da sala. Na EMEI Dona Leopoldina, educar é ato político, realizado em favor da infância.

Conquistas das crianças: brinquedos de troncos de árvores removidas da escola, projeto e execução de pista para triciclo, cabanas, jogos. Até as verbas são discutidas com as crianças que ajudam a decidir o que comprar.

Clique AQUI e veja a palestra da Profª Márcia 

 

EMEF Victor Civita: Profª Drª Irene Garcia Costa de Souza, Diretora, com o projeto “Assembleias Escolares”

O projeto começou para atender reivindicações dos alunos do ciclo 2, que se queixavam de não serem ouvidos. Os professores também reivindicavam resoluções para problemas. No CE houve a problematização, de forma que ações saíssem dos alunos e professores e não da direção, o que fez a diferença. Com os professores a discussão foi mais longa e complexa, e o grupo priorizou ações pela aprendizagem e a disciplina. Formaram-se grupos de estudo com leitura de livros sobre conflitos na escola, material do MEC, vídeos do programa café filosófico sobre adolescência e sobre o filósofo Bauman, que estuda a pós modernidade. Depois dos debates, começaram as primeiras assembléias, permeadas por muita incerteza, a organização das turmas em roda, o trabalho compartilhado entre dois professores, a escolha dos representantes de todos os segmentos e turmas. A dificuldade de aprendizagem dos alunos, que levava à bagunça, foi resolvida com o trabalho em grupos, de modo que os que soubessem mais favorecessem a aprendizagem dos mais lentos.

O projeto caminha valorizando alguns princípios. “Em primeiro lugar, a pessoa” é um deles. A EMEF adota a formação em contexto, participa do projeto da SME Educação em Direitos Humanos. Enfrentou dificuldades no fluxo dos registros das assembléias, problemas de comunicação, de falta de formação aos novos e algumas questões conceituais ficaram esquecidas. Nada que impeça o grupo de prosseguir, vencendo os desafios que se apresentam.

Clique AQUI e veja o vídeo com a palestra da Profª Irene

 

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