Começaram mal as "negociações" na Mesa Setorial da Educação. Voltamos aos tempos das mesas de informação, onde, ao invés de estabelecer negociações democráticas, só são transmitidos informes do governo.

DocSMEDocumento entregue na reunião pela SME: imposições e autoritarismoE, dessa vez, com dois complicadores: além de usar as mesas para informar sua agenda aos sindicatos, SME:

a) quer forçar participação deles em pautas com as quais não concordam;

b) seleciona temas entre as reivindicações de um só sindicato para enfiar goela abaixo dos demais.

Imposição

Na primeira mesa, causou grande revolta ao afirmar que vai instalar cinco grupos de trabalho com temas retirados das reivindicações "apresentadas no movimento grevista e que coincidem com a agenda da secretaria". Para piorar, a representante da secretaria ameaçou que os grupos serão instalados "com ou sem" anuência das entidades.

Reposição de greve

Nessa mesma data, foi publicada a portaria de reposição dos dias de greve, sem conhecimento prévio dos sindicatos.

Essa portaria desrespeita a autonomia dos conselhos de escola, ao impingir uma ordem nas possibilidades de definição do calendário de reposição, numa tentativa de punir os trabalhadores que exerceram o legítimo direito de greve, obrigando-os a perder o recesso escolar.

E, apesar das reivindicações gerais, SME ainda se mantém insensível, recusando a correção dos desmandos.

PDE “inegociável”

Mas não foi só, apresentaram novos critérios para o PDE, castigando servidores que adoeçam ou usem seu direito a faltas.

Assim, aumentaram 100 vezes o desconto por cada dia de licença e igualaram falta abonada a falta injustificada. E pasmem: apresentaram a tabela sublinhando que ela é "inegociável".

Afirmaram que só aceitariam ouvir propostas sobre a mudança que realizaram na proporção entre o individual e o institucional. Passaram de 90% X 10% para 60% X 40%. Ou seja, aprontaram uma "escolha de Sofia": ou se põe mais peso nas punições individuais ou na ocupação sobre a qual os trabalhadores não têm governabilidade alguma.

Mais desmandos:

Pisos do Magistério

Na segunda mesa, para demostrar a falta de força de SME, foi adicionada pelo governo a presença de um representante da Gestão.

E fomos logo informados que os Pisos do Magistério não serão discutidos na mesa Setorial nem na mesa central. Não houve respostas sobre como e com quem haverá negociação, especialmente porque no protocolo assinado com apenas uma entidade consta o prazo do dia 18/05.

Chamada de concursados

Também inaceitável a posição do governo quanto aos concursos de Diretor de Escola e Supervisor Escolar.

Foi apresentado um calendário com chamada de todos os concursos realizados, ainda no primeiro semestre, com absurda exceção dos concursos de Gestores.

Ainda tiveram a cara de pau de afirmar que não vão sequer pedir autorização para novas chamada antes de junho, em razão de encargos financeiros sobre o orçamento. Como pode acontecer tal alegação, se se tratam de concursos de acesso para cargos vagos atualmente comportando substitutos???!!!

Dia 28 de abril

Finalmente, o SINESP apresentou suas objeções ao comunicado ventilado na rede sobre a greve do dia 28/04, que vêm em consonância com os descalabros proferidos pelo prefeito sobre o legítimo exercício do direito de greve, e questionou o motivo de um tratamento diferente em relação ao dia 15/04.

Nova resposta digna do teatro do absurdo: o dia 15/04 teve tratamento diferenciado porque estava no "pacote" negociado com o movimento grevista!!! Seguida da alegação de desconhecimento do documento que está pipocando nas redes sociais.

E já que estávamos nesse ambiente de realidade distorcida, O SINESP questionou se, nos novos eventos grevistas previstos para o futuro, vão prevalecer as mesmas orientações do documento ou se só haverá tratamento diferente se houver outro movimento de greve na educação.

Com governos autoritários e antidemocráticos, tudo é possível.

Mas o SINESP nunca abandonará sua posição de independência e de luta, nem se curvará para legitimar agendas de qualquer governo!

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