Da divisão das atividades esportivas à distinta expectativa de aprendizagem em determinadas disciplinas como Matemática. Apesar dos avanços conquistados pela luta feminista, o machismo ainda está muito presente no espaço escolar.

feminismoNo Rio, mulheres fazem caminhada em solidariedade às manifestações feministas na América LatinaPara se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela agência Énóis Inteligência Jovem, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão, revelou que 39% das jovens mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de preconceito na escola ou faculdade relacionado ao seu gênero.

Dados como estes mostram como professores e gestores precisam ser orientados a não reproduzir estereótipos e preconceitos dentro da escola. “Dentro de salas, quadras e laboratórios, não pode haver coisas de menino ou de menina. E, quando surgirem conflitos relacionados a gênero, o assunto deve ser abordado de forma clara, para que sejam convertidos em aprendizado”, conclui o estudo.

Nesta perspectiva, Cláudia Fusco, gerente de conteúdo do OLGA, projeto feminista criado em abril de 2013, lista abaixo alguma atitudes que as escolas, professores e demais profissionais da educação podem adotar a fim de promover a igualdade de gênero.

1. A desigualdade de gênero deve pautar debates em sala
O essencial é encorajar a conversa sobre o tema sempre que possível. Se o assunto é tratado em sala de aula, cria-se espaço para debate e reflexão. Acredito que também seja importante mostrar que os alunos podem ter voz e se sentirem confortáveis para fazer perguntas e aprender.

2. Explique o que é o feminismo
Contexto é sempre uma saída interessante para motivar o debate. Por exemplo, dedicar uma aula de História para aprender a origem do Dia da Mulher, entender o papel e o tratamento dado às mulheres em diferentes países. Isso torna a inclusão do tema mais natural, mais palatável.

3. Desmistifique estereótipos e preconceitos 
Mitos como o de que os meninos são melhores em Matemática do que as meninas, por exemplo, ainda persistem na formação dos jovens. Por isso, é essencial valorizar a presença e o desempenho femininos na sala de aula, encorajar garotas a participarem de Olimpíadas, torneios ou de grupos de estudo focado. É algo que definitivamente deve ser trabalhado a longo prazo para também transformar a autoestima das garotas.

4. Alunas vítimas de assédio precisam de acolhimento
É essencial que a escola tenha um grupo de conselheiros e assistentes que possam apoiar a garota nesse tipo de situação tão delicada. É também importante que ela não tenha medo e sinta confiança em pedir ajuda a uma autoridade escolar para explicar o que está acontecendo. As redes sociais se tornaram um espaço para denúncias de abuso e má conduta escolar, mas também pode significar exposição da aluna, o que certamente é muito delicado.

Do site Carta Educação, autora Thais Paiva

 

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