RELTs 14 6 18 Site 4Na última reunião de RELTs o SINESP pautou o tema, trouxe uma especialista para palestrar e colheu novas contribuições de Gestores envolvidos na aplicação do Currículo da Cidade.

Veja AQUI vídeo com algumas dessas contribuições.

A atuação sindical consequente do SINESP é reafirmada na escuta através do OBSERVATÓRIO e no tratamento das informações através do GT, para respaldar ainda mais as lutas em prol de condições dignas de trabalho e de uma escola pública de qualidade.

Nova base, novo currículo?

A discussão sobre currículo está presente em todos os debates educacionais. A aprovação da Base Nacional Curricular Comum para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e a discussão da Base para o Ensino Médio exigem reflexão quanto às práticas historicamente constituídas e, sobretudo, como as redes vão reformular seus currículos a partir do preconizado nas Bases.

As Bases têm recebido críticas. É preciso conhecê-las e entendê-las. Principalmente porque as Bases não são o currículo, mas uma orientação para constituí-lo. E redes, como a do Município de SP, tiveram revisões curriculares nos últimos anos e estão implementando nova proposta no Ensino Fundamental e preparando a da Educação Infantil. Conhecer os caminhos percorridos, as estruturas criadas e os resultados práticos é essencial, porque implicarão na forma como nossas crianças serão educadas e que cidadãos e sociedade almejamos.

As práticas de RME devem ser consideradas, valorizadas e explicitadas!

A discussão do Currículo só se torna real com a participação e contribuição efetivas dos educadores da Rede.

O Gestor Educacional coordena a implementação pedagógica das políticas públicas e curriculares nas escolas. Por isso o SINESP, de forma pioneira, abre espaço para discussões que irão gerar um grupo de trabalho sobre o tema. Não se pode ter currículo sem o envolvimento da categoria que traz a realidade da escola e todas as suas especificidades.

Faltam recursos materiais e humanos na RME, e isso compromete a mudança

O debate sobre a implantação do currículo e todo o percurso na RME, além de suas dificuldades, estão em grande parte explicitados no Retrato da Rede promovido pelo SINESP.

Nele são avaliadas as condições de trabalho e suas implicações na saúde, a capacitação o apoio pedagógico oferecido pela SME e DREs, as condições dos ambientes e equipamentos, as práticas na gestão de pessoas e as possibilidades de funcionamento dos UEs. E tudo isso tem relação direta com a implementação de um novo currículo. Uma análise do Retrato da Rede 2018 (veja AQUI) não sugere uma situação tranquila.

Relatos dos Gestores já mostram, por exemplo, a necessidade de SME ampliar sua organização quanto a formações e envio de materiais, além de manutenção da real escuta das Unidades educacionais. As dificuldades presentes, como a falta de professores nas unidades, impossibilitam a organização do trabalho com os alunos, de forma que parte deles participem da formação. Essa constatação tem sido constante nos relatos dos Gestores.

Participe do Observatório e do GT

O OBSERVATÓRIO  DO CURRÍCULO (veja AQUI) criado pelo SINESP pretende ir além, trazendo à tona a discussão do Currículo, apresentando e propagando práticas e indagações da RME.

Todo o conteúdo e saber nele constituídos darão base para as análises, reflexões e propostas encaminhadas pelo GRUPO DE TRABALHO proposto pelo SINESP.

Por isso o SINESP conclama todos os Gestores a contribuírem com o OBSERVATÓRIO, relatando como está a implementação em suas unidades (veja como).

Seus relatos, apontamentos e avaliações darão enorme apoio ao GT e ajudarão a pensar a prática da RME, analisar a ação do poder público e suas motivações e consequências, além de estruturar as críticas necessárias e explicitar as necessidades e reivindicações da categoria.

A atuação sindical do SINESP está presente na escuta através do OBSERVATÓRIO e no tratamento das informações através do GT, para respaldar ainda mais as lutas em prol de condições dignas de trabalho e de um escola pública de qualidade.

“O Currículo da Cidade de São Paulo para o Ensino Fundamental”

Esse foi o tema da palestra apresentada pela Educadora especialista em Currículo e atual Conselheira Municipal de Educação de SP, Emília Cipriano, na reunião de RELTs do SINESP. Ela cumpriu o papel de provocar e complementar o debate, realçar a importância do tema e despertar a categoria para a necessidade de debatê-lo.

Emília lembrou que o cenário difícil e complexo do nosso país exige que os educadores se unam. Nesse contexto, conhecer e discutir o Currículo em profundidade trata-se de questão ética, uma vez que traz implicações diretas na formação e na vida do educando.

O currículo deve ser visto de forma longitudinal desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, contextualizado de forma coletiva no Projeto Político Pedagógico da Unidade Educacional, sempre respeitando o caminho já percorrido.

E isso só se alcança com escuta atenta, olhar sensível e principalmente diálogo horizontal e circular, uma vez que a Escola deve ser o território do respeito e da afetividade.

Fugir da fragmentação é outro cuidado na construção de um currículo relevante, emancipador, não reprodutor de desigualdades. Em última análise, o educador deve lembrar sempre que no currículo está presente o projeto de país, de cidade, de sociedade almejada.

Emília apoiou com entusiasmo o “Observatório do Currículo”, espaço criado no portal do SINESP em que os Gestores Educacionais podem coletivamente avaliar como vem ocorrendo a implantação do Currículo da Cidade de São Paulo. Reconheceu tratar-se de iniciativa pioneira a ser valorizada.

Por fim Emília Cipriano advertiu-nos a não nos deixarmos contaminar pelo clima de opressão pelo qual passa o país. A sensação de impotência não pode nos imobilizar, uma vez que a vida está sempre em movimento, exigindo dos educadores que considerem toda a sua trajetória de construção de uma sociedade mais justa e avancem com coragem.

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