Em 2016 o SINESP realizou Grupo de Trabalho com gestores educacionais para tratar do tema, antecipando a instalação das Comissões na RME e capacitando a categoria para a questão.

O desenvolvimento de uma cultura de paz nas Unidades Escolares permeiam a Gestão Democrática!

Veja ao final materiais elaborados pelo grupo e os resultados do GT organizado pelo SINESP.

 

O 1º Encontro das Comissões de Mediação de Conflitos da Cidade de São Paulo foi realizado na manhã de 22 de maio, promovido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com o Instituto Vladimir Herzog. Para este encontro foram convidados os representantes das Comissões de Mediação de Conflitos das Escolas da Rede Municipal de Educação e palestrantes que discutiram a educação em Direitos Humanos, Educação Integral, Currículo da Cidade de São Paulo, Mediação de Conflitos e Justiça Restaurativa.

Lisandra.pingoLisandra Pingo, Coordenadora Pedagógica da EMEF Irineu Marinho, filiada e Conselheira do SINESP, fez relato do projeto na EMEF

Estiveram presentes os dirigentes do SINESP Letícia Grisólio Dias, assistente de diretor de escolar, que fez o relato do evento reproduzido abaixo, e Rui Ferreira da Silva Junior, coordenador pedagógico.

Rafael Palhares, coordenador dos CEU’s e da Educação Integral da SME/ COCEU, enfatizou a importância da participação dos alunos nos colegiados da escola: grêmio, conselho de escola, comissão.

Já Rogério Sottile, representante do Instituto Vladimir, Herzog reforçou a importância de encontros como este para discussões sobre valores humanos e a necessidade de que estas conversas tenham papel fundamental nas unidades escolares. Destacou a sociedade que vivemos e os problemas que existem causados pela violência. Enfatizou que conflitos existem, porém a beleza da vida em coletividade deve ser ressaltada. Orientou a construção de uma educação na cidade de São Paulo em que os alunos e professores sejam protagonistas e se transformem em cidadãos.

Após sua fala, o vereador Paulo Fiorino se apresentou e citou o Professor Paulo Simões como nome importante para elaboração da legislação que cria as Comissões de Mediação de Conflitos nas escolas e solicitou ao Secretário Municipal de Educação, Alexandre Schnneider, pontuação aos profissionais da educação que participam da comissão. O secretário afirmou que a portaria que regulamenta a pontuação já esta sendo elaborada.

AlexandreSecretário Municipal de Educação, Alexandre SchnneiderO Secretário ressaltou a importância de a educação abraçar as questões relacionadas aos direitos humanos e a necessidade de saber lidar com os conflitos. Afirmou que as questões de gênero devem ser trabalhadas na escola sem receio, justificando que a maior beleza está na diversidade. O secretario colocou que não basta os alunos se saírem bem nas avaliações e não saberem respeitar uns aos outros.

Professora e pesquisadora nas áreas da Educação e Filosofia, Daniele Pechuti afirmou que educação em direitos humanos é um norte para as comissões de mediação de conflitos. Em sua fala, abordou o conceito de vida. Que educação é necessária para evitar a violência? Citou Adorno. Que educação é necessária para evitar a barbarie? Citou a Declaração dos Direitos Humanos, único documento laico que diz como podemos viver juntos. Dignidade de direitos a todos. Como se cria uma convicção de educação em direitos humanos? Sugere leitura do livro: raça, inteligência e educação. Enfatiza o art 3: direito a vida, liberdade e segurança pessoal. A escola cria valores sociais. Valoriza o currículo. Daniele lançou a seguinte provocação: O que permitimos e o que impedimos que as escolas discutam? Valoriza o projeto Respeitar é preciso.

Ana Paula Zampieri, assessora do Núcleo de Educação Integral da Secretaria Municipal de Educação, propôs uma reflexão do que é a educação integral.

Afirma que a educação busca a emancipação em direitos humanos e justiça social. Resgata e Explica a natureza dos CEU´s como proposta intersetorial para uma educação integral e explica os princípios e dimensões do COCEU: Educação integral, integradora e integrada. Ruptura da lógica de individualismo e competitividade sem solidariedade. Cita diferentes práticas e projetos pedagógicos desenvolvidos nas escolas da rede que estão articulados aos direitos humanos e comissão de mediação de conflitos.

Wagner Palanch, diretor do Núcleo Tecnico de Curriculo da SME, apresentou a ideia de currículo da cidade centrado nos estudantes. Abordou a educação inclusiva, equidade e educação integral. Não discriminar, não excluir e desnaturalizar as desigualdades e diversidade de práticas pedagógicas como princípios da equidade. Reforçou a importância da gestão democrática também como foco para uma educação inclusiva e integral. E destacou mais uma vez as matrizes de saberes do currículo, os princípios éticos, políticos e estéticos, além dos temas inspiradores (ODS), entre eles os direitos humanos.

O juiz Egberto Penido, assessor da Presidência da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de SP, apresentou o conceito de justiça restauradora, a parceria com a educação e elogiou a iniciativa de trabalho com a cultura de paz. A justiça restaurativa se estrutura na revisão de crenças, saindo da cultura do medo para a de paz, de punição e aprendizado. Afirmou a necessidade de restruturação das relações humanas. Citou os conflitos como uma possibilidade de empoderamento e aprendizagem.

O procurador do Município de SP Mauricio Tonin trouxe em sua fala uma proposta de como fazer mediação de conflitos do ponto de vista jurídico, porém pertinente à atuação nas unidades escolares.

Finalizando a mesa de debate, a Coordenadora Pedagógica e Conselheira Representante do SINESP Lisandra Pingo, da EMEF Irineu Marinho, iniciou a fala com a leitura de um poema próprio que lembra as marcas que todos trazem em suas vidas e em suas histórias e a complexidade do ser humano. Finalizou o encontro com relato do projeto na EMEF em que atua sobre mediação de conflitos. Também apresentou a proposta de trabalho com enfoque na Educação Integral, de participação e autoria dos alunos. 

Confira os resultados alcançados pelo Grupo de Trabalho organizado pelo SINESP com a participação dos Gestores Educacionais e o compartilhamento na reunião de RELT de 2016 (Clique Aqui) 

Materiais desenvolvidos durante o Grupo de Trabalho do SINESP de mediação de conflitos

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