Às vésperas do 1º de maio de 2017, o trabalhador foi, de forma grosseira e desrespeitosa, chamado de vagabundo pelo Prefeito de São Paulo João Dória Júnior, por participar da greve geral de 28 de abril, contra as reformas do governo Temer.

É inaceitável e preocupante que um jovem político tenha essa concepção retrógrada e preconceituosa do trabalhador em luta pelos seus direitos, principalmente se apontado como presidenciável. De largada, por essa incontinência verbal que cheira a naftalina, seu filme já está queimado entre a classe trabalhadora.

O trabalhador brasileiro nada tem de vagabundo.  Nas grandes cidades enfrenta horas no trânsito ou na condução para ir trabalhar. Dá conta de duras jornadas de trabalho, com baixos salários, isso quando está empregado, pois hoje 13% da população ativa está sem emprego. Tem pouco ou nenhum retorno em educação, saúde e segurança, diante dos juros que paga desde a hora que acende a luz, ao acordar.

No campo, cerca de 60% dos trabalhadores estão na informalidade, com salários inferiores aos formais – dados do DIEESE, baseados em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

No caso do nosso município, o Servidor Público amarga anos de 0,01% de reajuste, sem que prefeitos dos mais diversos matizes ideológicos se preocupem com essa indignidade. Nem por isso deixam de cumprir suas funções nos postos de trabalho.

A Educação Pública paulistana é responsável direta pela socialização e o acesso ao conhecimento de mais de um milhão de crianças, jovens e adultos. A pecha de vagabundos que o Prefeito tenta nos impor não nos atinge, portanto!

É nesse contexto histórico que o trabalhador brasileiro se mobiliza contra reformas, que 75% da população considera prejudiciais.

Contra as reformas previdenciária e trabalhista as ruas vêm sendo ocupadas pelos trabalhadores, de forma sistemática, numa demonstração de organização e força. Assim foi nos dias 8, 15 e 31 de março, e na greve geral que parou o país em 28 de abril.  O SINESP esteve presente em todas essas ocasiões. O Fórum Educacional e Sindical do SINESP, nos dias 25 e 26 de abril, trouxe aos filiados argumentos contundentes que comprovam o quanto esse enfrentamento é necessário.

Por tudo isso, Prefeito João Dória Júnior, dobre a língua quando se referir ao trabalhador em luta! O momento histórico é grave, e o trabalhador exige respeito!  

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