RRR

O CFCL-SINESP realizou, no dia 19 de maio, mais uma edição do Cine Debate. Em evento realizado via plataforma Zoom, os professores Marcos Maurício e Jean Siqueira comandaram um debate acerca do filme indiano RRR: Revolta, Rebelião, Revolução, épico que conquistou o público mundial com críticas severas ao período em que a Índia foi colônia britânica.

Revolta, Rebelião, Revolução, ou simplesmente RRR (o título em inglês Rise, Roar, Rrevolt, nome traduzível como Ascenção, Rugido, Revolta, teve a tradução adaptada para manter as letras iniciais), foi o primeiro filme indiano trabalhado no Cine Debate do CFCL-SINESP. 

Dirigido por S. S. Rajamouli a partir do roteiro de um veterano do cinema indiano, Vijayendra Prasad, foi lançado em 2022 e se tornou um fenômeno mundial. Neste ano concorreu ao Oscar de melhor canção e se sagrou o primeiro filme indiano a vencer um dos prêmios do cobiçado evento de cinema.

RRR coloca em evidência o conglomerado cinematográfico de Tollywood

O filme é falado no idioma toluga e em inglês, diferentemente das produções mais famosas do cinema indiano — associadas à indústria conhecida como Bollywood — geralmente faladas em hindi ou bengali. O idioma toluga, umas das 23 línguas reconhecidas como oficiais na Índia, caracteriza outra grande indústria cinematográfica do país, a segunda depois de Bollywood, analogamente chamada de Tollywood.

Na trama, que se passa na década de 1920, período em que a Índia se encontrava ainda sob o jugo colonial do Império Britânico, uma jovem moradora de uma organização tribal que vive nas florestas de Adilabad é levada pelo governador britânico e sua esposa como uma serva. Para resgatar a jovem levada à força, o guerreiro Komaram Bheem (interpretado por Rama Rao Jr.), conhecido por sua obstinação e habilidades, viaja até a região da capital, Nova Deli, para descobrir onde exatamente a menina se encontra.

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Diante da ameaça à família do governador e à autoridade do Império, o policial Sitarama Raju (interpretado por Ram Charan), um indiano a serviço dos colonizadores, igualmente conhecido por suas habilidades quase sobre-humanas, é designado para capturar Bheem – mesmo sem saber como ele é, qual sua aparência. Ambos se encontram ao acaso, um sem saber a identidade do outro, e se tornam grandes amigos, sendo o núcleo da narrativa justamente a exploração das consequências dessa amizade inusitada.

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Longa junta personagens históricos em trama com mensagem anticolonial

O filme passa uma forte mensagem anticolonial e caracteriza os colonizadores (invasores) ingleses de maneira extremamente negativa — tal como o grande cinema estadunidense costuma fazer com seus rivais geopolíticos — mostrando-os como sádicos sem sentimentos.

Bheem e Raju foram personagens históricos que existiram e, efetivamente, lutaram em algum momento pela emancipação indiana; contudo, nem sequer chegaram a se conhecer. O filme toma a liberdade de, em uma ficção histórica, juntar essas figuras de maneira heroica.

RRR encanta com cenas de ação de tirar o fôlego e elementos fantásticos

RRR transita facilmente pelos gêneros do drama, da comédia e da ação - muita ação. Também insere elementos fantásticos na narrativa, elevando seus heróis quase à condição de super-heróis.

Em virtude desses elementos fantásticos, o exagero visual é uma das tônicas do filme, o que lhe confere uma série de peculiaridades quando comparado ao cinema ocidental. Além isso, a presença marcante e significativa (pois narrativa) da música e da dança no filme o tornam de difícil categorização quanto ao gênero.

Fique atento ao site do SINESP e #JunteSeAoCFCL na próxima edição do Cine Debate!

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