Luiz 2015Luiz Carlos Ghilardi    Presidente do SINESPO SINESP elaborou, em 2007, um dossiê apontando os principais problemas do ambiente de trabalho e os reflexos deles sobre os Gestores Educacionais. Dois anos depois o Dossiê se tornou o Retrato da Rede e, em 2012, foi criado o ISEM, Índice SINESP da Educação Municipal.

O Retrato da Rede é elaborado a partir da pesquisa anual realizada em reuniões regionalizadas com os Gestores Educacionais da Rede Municipal de Ensino, aplicada pelo SINESP com assessoria técnica do Instituto Cultiva, em que são levantados dados em seis dimensões, para as quais são elaborados indicadores nos temas:

• Gestão de pessoas

• Apoio técnico da SME

• Capacitação

• Ambiente físico e equipamentos

• Saúde

• Violência

Cada um desses temas possui um conjunto amplo de questões abordadas no questionário. O indicador agrega informações padronizadas e varia de 0 a 1, sendo zero a pior e 1 a melhor situação.

ISEM é o Indicador SINESP da Educação Municipal, construído a partir dos dados levantados pelo Retrato da Rede.

Retrato da Rede 2018

A Educação Municipal ficou aquém do que a população usuária necessita no ano em que Dória geriu a cidade.

As fragilidades vieram à tona na pesquisa anual realizada pelo SINESP – Retrato da Rede – e no Índice SINESP do Ensino Municipal – ISEM 2018.

A pesquisa, qualificada e cientificamente embasada, é feita com Gestores Educacionais – Diretores de Escola, Assistentes de Diretor, Coordenadores Pedagógicos e Supervisores Escolares – a partir de sete indicadores.

Isso permite mapear a realidade da educação municipal e atribuir uma nota ao governo, um indicador que varia de zero (pior situação) a um (melhor situação), o ISEM.

Além de embasar as reivindicações sindicais, o conhecimento das reais condições das Unidades Educacionais permite aos diferentes atores da sociedade, interessados na melhoria da qualidade da educação pública municipal, exercer controle social, monitorar a política educacional do governo, avaliar resultados e propor ações. Também oferece informações aos governantes que deveriam contribuir para o aprimoramento da política educacional, o que não vem ocorrendo nesses mais de dez anos de existência do Retrato da Rede e do ISEM.

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A redução acentuada nos investimentos, sob a gestão Dória, veio à tona nos resultados da pesquisa do SINESP para o Retrato da Rede 2018.      

O indicador “capacitação” teve a maior queda de avaliação desde a última edição.

“Gestão de pessoas” foi o indicador pior avaliado, refletindo a recorrente falta de professores e demais profissionais sem os quais as Unidades não podem funcionar a contento.

“Saúde do trabalhador” foi o segundo pior avaliado. Sintomas de desgaste físico, mental e emocional tiveram salto considerável, mostrando as verdadeiras causas do absenteísmo entre os Educadores.

Uma análise cuidadosa das páginas desse Retrato da Rede 2018 mostra um quadro de crescente degradação das condições de trabalho. 

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Apesar disso, o SINESP vem conseguindo o atendimento de algumas demandas ao longo dos anos. Em 2017, a principal foi a realização de concurso de acesso para Diretor de Escola e Supervisor Escolar e o início da chamada dos concursados. Há também o compromisso do governo de realizar concurso de acesso para Coordenador Pedagógico.

Houve ainda uma vitória importante na manutenção do repasse às Unidades Educacionais da verba do Programa de Transferência de Recursos Financeiros. Para isso, o SINESP acionou o Ministério Público contra a mudança na metodologia de repasse, criado pelo governo Haddad e mantido pelo governo Dória.

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Os dados do Retrato da Rede e a nota atribuída aos Prefeitos no ISEM vêm servindo de referência e chamando a atenção de jornalistas que cobrem educação em São Paulo. Matérias publicadas em jornais e apresentações em programas de rádio e TV comprovam que a imprensa já compreendeu a importância do Retrato da Rede e do ISEM quando o assunto é avaliar a Educação Pública Municipal oferecida na maior cidade do país.

Para transformar esses dados em instrumento de informação, conscientização e mobilização popular, o SINESP conta com o apoio dos filiados. Torná-los conhecidos pela comunidade escolar, levando a ela uma visão fiel da estrutura da Rede Municipal de Ensino, é um passo a ser dado com a participação de todos. Só com a pressão da comunidade escolar, os governantes compreenderão o seu dever de ouvir as reivindicações e dar solução aos problemas apresentados pelo SINESP e pelos Gestores Educacionais da cidade de São Paulo.

À luta, portanto!

Luiz Carlos Ghilardi

 

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